Deputados buscam solução para crise na SC

A Assembléia Legislativa mergulhou de cabeça na tentativa de por fim a crise na Santa Casa de Campo Grande, que está sob intervenção da prefeitura desde 14 de janeiro de 2005.

Os deputados estaduais Zé Teixeira (DEM) e Paulo Corrêa (PR), indicados para integrar uma comissão a fim de intermediar os entendimentos, vão se reunir nesta quarta-feira (27) com prefeito Nelsinho Trad (PMDB) e com o presidente da Associação Beneficente, Esacheu Nascimento.

O impasse entre a Associação Beneficente, que continua afastada por determinação da Justiça, e a prefeitura será discutido no Centro de Saúde Coronel Antonino.

Os parlamentares defendem a gestão do hospital, o maior do Centro-Oeste e a 4ª maior Santa Casa do País, pelo poder público.

Para Zé Teixeira, os dirigentes da Associação Beneficente, que criaram a Santa Casa há 80 anos, devem ser respeitados, principalmente, porque a entidade conta com a adesão de personalidades políticas respeitadas, como o ex-governador Wilson Barbosa Martins (PMDB) e o ex-senador Juvêncio César da Fonseca (PSDB).

Para os parlamentares, o principal problema é a grande defasagem na tabela de pagamentos do SUS (Sistema Único de Saúde). O valor pago pela diária da enfermaria é de R$ 7, o que inclui as refeições e lanches e mais roupa de cama e atendimento médico. A idéia é que o hospital volte atender por meio de convênios e particulares.

O deputado Pedro Kemp (PT) diz ter recebido um dossiê do advogado Carmelino Rezende, da Associação Beneficente, dá conta que a dívida do hospital não foi reduzida e que o número de atendimentos pelo SUS caiu de 24 mil para 20 mil.

Diante disso, o líder do Governo na Assembléia Legislativa, Youssif Domingos (PMDB), disse que não é verdade que a Santa Casa foi descredenciada do serviço de alta complexidade do SUS.

Gestão profissional

Na última quarta-feira (20), duas instituições apresentaram propostas de gestão profissional da Santa Casa de Campo Grande à Junta Interventora: Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e a Pró-Saúde (vinculada à Fundação São Camilo) fizeram explanação no auditório do edifício das Promotorias de Justiça de Campo Grande, na rua da Paz.

A gestão profissional do hospital é uma exigência que consta na decisão liminar do juiz da Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Dorival Moreira dos Santos, em ação civil movida pelos ministérios públicos contra a ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), a prefeitura e o Estado. Na ação, foi determinada intervenção judicial no hospital e na entidade mantenedora, a ABCG.