Foi iniciada nesta segunda-feira (13), a construção da ponte sobre o Rio Paraguai, entre as cidades de Porto Murtinho (BR) e Carmelo Peralta (PY), as obras foram autorizadas esta pelo presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez e irá viabilizar a Rota Bioceânica (Brasil-Chile).
Durante a cerimônia, o governador do estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), destacou que o próximo desafio será desburocratizar o setor alfandegário.“A ponte tem um simbolismo muito forte ao garantir esse corredor ao Pacífico, que dará maior competitividade a Mato Grosso do Sul e a toda região Centro-Oeste, integrando definitivamente os quatro países (Brasil, Paraguai, Argentina e Chile) não só economicamente, mas também na cultura e no turismo. O Centro-Oeste exporta 68% de sua produção aos países asiáticos e a rota vai encurtar distâncias e reduzir o custo do frete em até 35%”, disse via assessoria.
Para Reinaldo Azambuja é imprescindível a formalização de um acordo alfandegário comum, com um registro único para as mercadorias que irão transitar pelos quatro países, assim como ocorre na União Europeia. “O Brasil deve promover a organização do tratado específico do Mercosul para que tenhamos desembaraço alfandegário e maior agilidade na movimentação das mercadorias”, disse o governador.
Reinaldo Azambuja destacou ainda a importância do tratamento aduaneiro dos produtos dos quatro países, em especial de Mato Grosso do Sul, como carnes processadas, grãos e celulose, irão gerar maior competitividade no mercado, além de reduzir a distância e tempo aos portos de Antofagasta, no Chile, o que representa menos 17 dias de uma viagem de navio. “Os nossos produtores terão uma rentabilidade maior”, ressaltou.
Devido a mudança climática o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro não participou do evento. Conforme a assessoria, o avião presidencial não decolou de Campo Grande por conta do mau tempo em Bonito, onde seguiria de helicóptero para a fronteira. Com o imprevisto, o descerramento da placa pelo presidente paraguaio foi adiada para janeiro de 2022.
Durante seu discurso, o presidente do Paraguai, Mário Benitez, assegurou que a ponte sobre o Rio Paraguai será concluída em até de três anos, conforme o prazo contratual e anunciou a pavimentação do último trecho da rodovia do Chaco Paraguaio, de Carmelo Peralta a Lomo Plata. De acordo com o governo de 275 quilômetros, faltam apenas 28 quilômetros para a conclusão da obra.
“Estamos aqui celebrando uma aliança estratégica de irmandade e fraternidade com o Brasil.Este ato está demonstrando como tem que ser a relação de países irmãos e o Paraguai sustenta a sua posição de ser aliado para a competitividade que a Rota Bioceânica proporcionou a todo o eixo que a interliga. Teremos um impacto muito grande na economia e também na cultura”, destacou o presidente fazendo referência aos planos de integração entre os dois países, debatidos a mais de 40 anos e iniciada com a construção da Ponte da Amizade, no Rio Paraná, que não avançou.
Na ocasião, Benítez confirmou a contratação da segunda etapa da rodovia, correspondente a 350 quilômetros entre Marescal Estigarribia e Pozo Hondo, na Argentina.
De acordo com o projeto, a ponte sobre o Rio Paraguai será construída no km 1.000 da Hidrovia do Paraguai, por meio de um consórcio binacional, custeada pela margem paraguaia da Itaipu Binacional e com investimentos orçados em 102,6 milhões de dólares (aproximadamente R$ 575,5 milhões). Segundo o governo do estado, a travessia terá extensão total de 1.294 metros e largura de 20,10 metros. A parte estaiada centrada no leito terá 625,37 metros, com vão central de 350 metros.
Além do governador Reinaldo Azambuja, a cerimônia contou com a presença dos secretários Eduardo Riedel (Infraestrutura), Eduardo Rocha (Governo e Gestão Estratégica), Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e Antônio Carlos Videira (Justiça e Segurança Pública), e dos deputados estaduais Paulo Corrêa e João Henrique Catan.
Durante o evento, o presidente Mário Abdo Benitez recebeu o título de cidadão sul-mato-grossense, concedido pelo o governador Reinaldo Azambuja e pelo presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa. Conforme a administração estadual, a homenagem foi proposta pelo presidente do Legislativo.