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Política Quarta-feira, 22 de Outubro de 2014, 08:54 - A | A

Quarta-feira, 22 de Outubro de 2014, 08h:54 - A | A

Rachado, PMDB será desafio para próximo presidente

Gabriel Kabad - Capital News - (www.capitalnews.com.br)

Maior aliado do PT na base governista, o PMDB chega ao segundo turno do pleito presidencial dividido entre o apoio à reeleição de Dilma Rousseff e o desejo pela vitória do tucano Aécio Neves. Embora tenha cinco ministros no governo e ocupe com seu presidente, Michel Temer, o posto de vice na chapa dilmista, o partido abriga alas que passaram a defender abertamente a candidatura de Aécio, sinalizando que o apoiariam no Congresso em caso de vitória.

Em entrevista à BBC Brasil, o primeiro vice-líder do PMDB na Câmara, o deputado Marcelo Castro (PI), diz que metade da bancada está com Dilma, e a outra metade, com Aécio.
Peemedebistas dizem que o racha no partido será um dos primeiros desafios do próximo presidente da República. Segundo eles, em 2015, o PMDB provavelmente tentará se manter na Presidência da Câmara e do Senado, o que o tornaria fundamental para a aprovação de projetos de interesse do governo.

Na próxima legislatura, o partido será dono da segunda maior bancada da Câmara (66 dos 513 deputados), atrás apenas do PT (70), e terá o maior número de senadores (18 de 81).

Aliado de todas as horas

Herdeiro do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), criado em 1966 como contraponto à Arena, partido oficial da ditadura militar, o PMDB permaneceu na oposição até o fim do regime.

Após a redemocratização, porém, a sigla aliou-se a todos os presidentes eleitos, com a exceção de Fernando Collor de Mello (1990-1992). O vice-presidente Michel Temer recentemente definiu o PMDB como o "partido da governabilidade" e disse que "não se governa" sem a sigla.

Por causa dessa postura, porém, o PMDB é frequentemente acusado de praticar uma política "fisiológica", trocando apoio no Congresso por cargos e vantagens no governo.
Para Daniel Aarão Reis, professor de história contemporânea na Universidade Federal Fluminense, a crítica é "superficial". Ele diz que a "estrutura gelatinosa" do PMDB se ampara no funcionamento da política brasileira das últimas décadas, em que os partidos mais progressistas, PT e PSDB, optaram por se aliar a "forças da direita" em vez de "enfrentar as heranças da ditadura".
 

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