O prefeito Marquinhos Trad (PSD) falou que não será possível reajustar em 33,4% o salário dos professores da Rede Municipal de Educação (Reme) de Campo Grande, pois seria um ato irresponsável para ele como gestor. A declaração foi feita na manhã desta quinta-feira (24), no programa Tribuna Livre, da Rádio Capital FM.
O aumento se deve a uma sanção do presidente Jair Bolsonaro anunciou que reajustou o piso salarial para professores de todo o país. Com isso, o piso passa de R$ 2.886 para R$ 3.845.
Segundo Marquinhos, a Secretaria de Finanças estudou a possibilidade de promover esse reajuste, mas chegou a conclusão de que ele era inviável, pois impactaria negativamente os cofres públicos da Capital.
“O ato de promover esse reajuste pelo presidente, é totalmente discutível, pois muitos afirmam que ele deveria partir do Legislativo, ou por um projeto de lei. Eu poderia muito bem obedecer a determinação, para ter paz, pois saio para concorrer às eleições em abril. No entanto, a bomba iria explodir no colo da minha vice (Adriane Lopes). Não sou covarde a esse ponto”, justificou.
Politização
Ainda conforme o prefeito, muitos sindicalistas estão politizando a questão, pois sairão candidatos, ou apoiarão, políticos contrários à sua candidatura ao Governo do Estado.
“Sentei com o sindicato para negociar, mas eu senti que estão politizando a questão. Não estou dizendo que isso não seja legítimo, mas eles deveriam ser equilibrados, pois nos últimos 5 anos não tivemos nenhum problema, mas é só o prefeito anunciar sua candidatura ao Governo Estadual, que começaram a não querer conversar”, lamentou.
“Nós propusemos o aumento de 10% em 2022, o restante para ser reposto em 2023. Porém, eles não estão aceitando. Além disso, caso a inflação seja de 5% ano que vem, eles ganharão também essa reposição. Apenas 5 capitais estão conseguindo fazer a reposição inflacionária, como nós propusemos. As outras, os servidores não terão nenhum reajuste”, argumentou.
Proposta da Prefeitura
A proposta apresenta correção da inflação em 2022, sendo 5% em março e 5,06% em dezembro. Os outros 23,18% que faltariam para aplicar a correção do piso nacional do magistério deste ano seria dividido em maio e outubro de 2023, no percentual de 11,59% em cada mês de reajuste, isso condicionado ao limite prudencial da despesa de pessoal fixado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Sindicato
O Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP-MS) realizou, na última terça-feira (22), uma assembleia geral para analisar a terceira proposta de reajuste salarial enviada pela prefeitura de Campo Grande. No entanto, os profissionais da educação pública da Reme rejeitaram.
O documento entregue à direção da ACP na segunda-feira (21) ainda não atende às reivindicações da categoria para o cumprimento da lei 5.411/2014, do Piso 20h.
“A categoria já se mostrou disposta a dialogar com a prefeitura, aceitando o parcelamento dos 33,24% dentro do ano de 2022. A prefeitura precisa entender a necessidade da categoria que já está sem correção do piso 20h dois anos e cumprir a lei e o compromisso firmado com os profissionais da educação”, afirmou o presidente da ACP, professor Lucilio Nobre.
A categoria também deliberou um ato a ser realizado hoje, a partir das 14h, em frente à prefeitura.
ADRIANA DE OLIVEIRA CARVALHO 24/02/2022
Seria interessante o prefeito esclarecer que condicionou os 23% de 2023 ao limite prudencial, arrecadação e mais uma série de fatores, outra coisa bastante interessante é que houve recursos próprios suficientes para reajustes da ordem de 20% para a guarda (que merecem muito mais), mas não não há recursos para complementar o Fundeb e reajustar o salário do professor que estão sem nada de correção a dois anos, que paga para trabalhar, o prefeito que decore sala de aula, que mande cópia para as atividades dos alunos. Não faz o dever de casa enquanto ordenador de despesas e vem penalizar os professores. Tá muito engraçado
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