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2023 Segunda-feira, 01 de Janeiro de 2024, 09:14 - A | A

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Retrospectiva 2023 - Política

Vandalismo e quebra-quebra em Brasília marcam início do terceiro mandato de Lula

Democracia esteve a perigo em episódio vexatório de bolsonaristas insatisfeitos com resultado das eleições

Odirley Deotti
Especial para o Capital News

Retrospectiva 2023

No cenário político nacional, 2023 mostrou-se um ano turbulento desde seu início. Após eleições recheadas de acusações, polarização, violência e fake news, o Brasil escolheu Luiz Inácio Lula da Silva para liderar o país a partir do dia 1 de janeiro de 2023. Desde as eleições até a posse, o clima era de preocupação por possíveis tentativas de golpe de estado ou atentados, o que culminou em eventos tristes na capital federal. Nesta retrospectiva, reunimos os principais fatos publicados pelo Capital News.

Democracia celebrada

Agência Brasil

Democracia foi a grande vitoriosa, diz Lula em discurso de posse

Lula é empossa como 39º presidente da República do Brasil

O ano de 2023 começou com a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o seu terceiro mandato. Sob aplausos no Congresso Nacional, Lula enfatizou que a democracia foi a grande vitoriosa nas eleições de 2022, destacando a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em seu discurso, ele ressaltou os desafios enfrentados durante a campanha e agradeceu à consciência política da sociedade brasileira que formou a frente democrática, como mostrou reportagem de Flávio Veras.

“Renovo o juramente de fidelidade à Constituição, junto com vice e os ministros que conosco vão trabalhar. Se estamos aqui hoje é graças a consciência política da sociedade brasileira à frente democrática que formamos ao longo dessa campanha histórica”, disse o presidente em seu discurso.

Invasão e tumulto na Capital Federal

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Congresso, Planalto e STF é invadido durante manifestação

Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto

O clima político fervilhou quando manifestantes, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília, no dia 8 de janeiro. As imagens chocantes mostraram confrontos com a polícia, que tentou conter os manifestantes entoando palavras de ordem golpistas. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, repudiou veementemente os atos antidemocráticos, prometendo rigor da lei contra os invasores.

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Congresso, Planalto e STF é invadido durante manifestação

Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto

As imagens das ações dos vândalos repercutiram pelo mundo, colocando o Brasil em destaque pela situação vexatória de uma minoria insatisfeita, como nos reportou Elaine Oliveira, à época: a invasão começou após a barreira formada por policiais militares na Esplanada dos Ministérios, que estava fechada, ter sido rompida. O Congresso Nacional foi o primeiro a ser invadido, com os manifestantes ocupando a rampa e soltando foguetes.

Ao final da ação, mais de mil manifestantes foram presos, desde então, alguns permanecem presos no Complexo Penitenciário da Papuda.

CPI dos atentados

Presidência da República

Jair Bolsonaro e Soraya Thronicke

Jair Bolsonaro e Soraya Thronicke

Soraya Thronicke, na época senadora pelo União Brasil, rompeu com o bolsonarismo e liderou a iniciativa para uma CPI dos Atos Antidemocráticos. No dia 10 de janeiro, anunciou ter alcançado as assinaturas necessárias para a investigação pelo Senado. O pedido destacou sua trajetória, inicialmente eleita na onda bolsonarista, em seguida rompida com o ex-presidente. A democracia estava em foco, e a investigação prometeu esclarecer os eventos terroristas em Brasília.

A pressão aumentou no final de fevereiro, quando o ministro Gilmar Mendes, do STF, deu prazo de 10 dias para Rodrigo Pacheco explicar a não leitura do ato da CPI dos atos de 8 de janeiro. A ação, movida por Soraya Thronicke, destacava a demora injustificada do presidente do Senado. Os olhares se voltaram para Pacheco, que teve que fornecer esclarecimentos sobre a instauração da CPI dos Atos Antidemocráticos.

Edilson Rodrigues/Agência Senado

Ministro do STF questiona Pacheco sobre o não andamento de CPI proposta por Soraya Tronicke

Senadora Soraya Thronicke (União-MS) e o presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

No dia 1 de março, o senador Rodrigo Pacheco anunciou que a decisão sobre a instauração da CPI seria tomada na reunião de líderes do Senado. A questão da validade das assinaturas, diante da mudança de legislatura, era crucial. Pacheco destacou a necessidade de verificar se os senadores mantinham suas assinaturas, enquanto o ministro Gilmar Mendes aguardava o posicionamento do presidente do Senado sobre o caso.

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Torres culpa PMDF pelo baixo efetivo em 8 de janeiro

Anderson Torres

A trama se complicou com autorizações de depoimentos referentes aos atos antidemocráticos. Alexandre de Moraes autorizou o depoimento de Anderson Torres sobre a minuta de golpe, encontrada na casa do ex-ministro bolsonarista. Moraes destacou a controversa relação do discurso com a minuta, enquanto Torres, preso, alegou que o documento foi vazado fora de contexto.

Ascensão de Simone

Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Simone Tebet anuncia primeiro escalão do Ministério do Planejamento e Orçamento

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, faz anúncio do grupo de secretários da pasta

No cenário caótico da política brasileira entre 2022 e 2023, quem parece ter aproveitado o momento oportuno foi a ex-senadora, atualmente ministra do Desenvolvimento e Orçamento Simone Tebet.

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em cerimônia concorrida, Simone Tebet assume Ministério do Desenvolvimento e Orçamento

O ex-presidente José Sarney, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que toma posse em cerimônia no Salão Nobre do Palácio do Planalto

Em uma cerimônia concorrida no Palácio do Planalto, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) assumiu oficialmente o comando do Ministério do Planejamento e Orçamento no dia 5 de janeiro. Em seu discurso, a ministra destacou a inclusão dos mais pobres no orçamento público, prometendo prioridade para diversas camadas da sociedade. A presença do presidente Lula marcou o evento, enquanto Simone Tebet revelou surpresa com o convite recebido.

A posse da ministra foi acompanhada de perto pelo vice-governador e chefe da Casa Civil sul-mato-grossense, Barbosinha, que representou o governo de Mato Grosso do Sul. A ministra destacou a importância da pasta para levar desenvolvimento ao país e reforçou a expectativa de grandes projetos de investimento para o Estado onde nasceu.

Ministra defende a Reforma Tributária

Divulgação/MPO

Simone Tebet

Simone Tebet e deputado Luiz Carlos Motta se reuniram com sindicalistas em São Paulo

Durante todo o ano Tebet foi categórica em relação à Reforma tributária. Em um encontro com lideranças sindicais em São Paulo, em outubro, a ministra do Planejamento defendeu a reforma como um fator de geração de emprego e renda. Ela destacou o impacto positivo da reforma, reduzindo o custo de produção, a carga tributária sobre o consumo e beneficiando os mais pobres.

Em 2023, Simone Tebet, à frente do Ministério do Planejamento e Orçamento, se destacou não apenas por sua atuação na gestão econômica, mas também por seu posicionamento claro em defesa da democracia e sua busca por políticas inclusivas e desenvolvimentistas. A retórica forte da ministra e sua presença ativa nos principais acontecimentos políticos do ano auxiliaram o Governo a se estabelecer.

José Cruz/Agência Brasil

Lula confirma Simone Tebet como ministra do Planejamento e Orçamento

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou hoje (29), em Brasília, os últimos 16 nomes que completam o gabinete ministerial do novo governo. No total, o terceiro mandato do petista contará com 37 ministérios.

Confira as principais materias de 2023 na editoria de Política e Poder

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