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500 pessoas ouviram sobre a condição alarmante das invasões indígenas em Antônio João, município ao Sul do Estado
A Bienal da Agricultura refletiu na abertura oficial, realizada na noite da segunda-feira (31), a preocupação das lideranças do setor em relação às invasões de propriedade em Mato Grosso do Sul. Com 95 propriedades invadidas por indígenas, o Estado foi palco da manifestação de apoio dos demais estados do Centro-Oeste em relação aos litígios de terra. O evento é organizado para debater os temas mais emergentes da agricultura e para ser vitrine do segmento.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Mauricio Saito, disse que todos os gargalos que serão debatidos no evento perdem força quando entra em pauta o direito de propriedade. 500 pessoas ouviram sobre a condição alarmante das invasões indígenas em Antônio João, município ao Sul do Estado, onde os produtores vivem o maior foco da violência das invasões da atualidade.
“Gostaria que as lideranças e os produtores rurais de outros Estados aqui presentes voltassem suas atenções para a região do Cone Sul, tensionada pelo direito de propriedade. Queremos que o Governo Federal cumpra o seu papel de defesa do cidadão brasileiro, seja índio ou não índio”, afirmou Saito.
O presidente da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, disse que em conversa com o governador de MS, Reinaldo Azambuja, entendeu que são necessários 30 mil hectares para “distencionar” o conflito no Estado. Prado pediu um minuto de silêncio aos presentes, uma reverência aos produtores afetados pelas invasões.
A deputada estadual Tereza Cristina Corrêa da Costa destacou o trâmite da PEC 71, que deverá seguir nos próximos dias da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para ser votada no Senado. A PEC, destacou, vai corrigir uma injustiça ao fazer com que os produtores que queiram vender as terras pretendidas pelos indígenas recebam por ela e não somente pelas benfeitorias. “Essa é uma festa na qual estamos pensando no futuro, mas estamos tratando de um problema do século retrasado. Não é por terra. Tem coisa muito maior por trás, tem minério, tem água, tem ideologia”, afirmou a deputada ao relatar a ida de parlamentares ao município de Antônio João para tentar pacificar o conflito, no último final de semana. “Mas esses produtores não aguentam mais ter calma”, finalizou.
Com objetivo de fortalecer o setor, viabilizando a adesão de novos produtores rurais ao sistema Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), um termo de cooperação foi assinado na abertura da Bienal da Agricultura, pelo chefe geral da Embrapa Gado de Corte, Cleber Oliveira, e pelo presidente da Fundação MS, Luis Alberto Moraes Novaes.
Participaram também da abertura da Bienal da Agricultura, o secretário da Produção e Agricultura Familiar, Fernando Lamas; o presidente da Aprosoja Brasil – Associação dos Produtores de Soja do Brasil, Almir Dalpasquale; o presidente da Abramilho, Sérgio Bortolozzo; o superintendente da Secretaria de Agricultura de Goiás, Antônio Flávio Camilo de Lima, entre outras lideranças políticas e rurais.
Sobre a Bienal
A Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central é vitrine do agronegócio da região Centro-Oeste. Traz para discussão os temas mais emergentes do setor e já está na agenda dos principais eventos agro do País. A vitrine do agronegócio vai mostrar as potencialidades do setor no Centro-oeste, considerado o eixo do agronegócio. É realizada a cada dois anos, rotativamente nas capitais dos Estados do Centro-oeste. A primeira ocorreu em Goiânia, a segunda em Cuiabá e agora é a vez da capital sul-mato-grossense. A Bienal é organizada pelas federações de agricultura e pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Mato Grosso (Famato), Goiás (Faeg) e Distrito Federal (Fape-DF).
A Bienal tem patrocínio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Monsanto, Bayer, Dow, Basf, Governo Federal, Caixa Econômica Federal e OCB Centro-Oeste - Organização das Cooperativas do Brasil.
O evento conta com o apoio do Governo do Estado de MS, da Aprosoja/MS, da Fundems - Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja, da Fundect - Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul, da Abrass - Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja, do Sicredi e do Banco do Brasil.
Sobre o Sistema Famasul
O Sistema Famasul é um conjunto de entidades que dão suporte para o desenvolvimento sustentável do agronegócio e representam os interesses dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul. É formado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar), Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/MS) e pelos sindicatos rurais do Estado.
O Sistema Famasul é uma das 27 entidades sindicais que integram a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Como representante do homem do campo, põe seu corpo técnico a serviço da competitividade da agropecuária, da segurança jurídica e da valorização do homem do campo. O produtor rural sustenta a cadeia do agronegócio, respondendo diretamente por 17% do PIB sul-mato-grossense.