Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quarta-feira (6), mostram que a agroindústria brasileira recuou 1,6% no índice acumulado de 2012. A queda é menos intensa que o resultado da indústria geral registrado em 2011, -2,2%, e também menos acentuada que o resultado da indústria geral em 2012, -2,7%.
Segundo o IBGE, os setores vinculados à agricultura (-2,4%), de maior peso no total da agroindústria, assim como os setores associados à pecuária (-5,4%), apresentaram desempenhos negativos no índice acumulado do ano.
No entanto, o grupo dos inseticidas, herbicidas e outros defensivos para uso agropecuário, cresceu 25,5%, em 2012, enquanto o segmento de madeira avançou 3,5%. Comparado a igual período do ano anterior, em bases trimestrais, a agroindústria apresentou resultado positivo, de 3,5%, no primeiro trimestre do ano, recuando no segundo e no terceiro, respectivamente, em 9,8% e 3,0%, para voltar a crescer no último (5,1%).
A queda na produção da agroindústria em 2012 deve-se, principalmente, à retração nos derivados da pecuária (-4,3%) - por conta de aves (-6,0%), bovinos e suínos (-4,2%) - e nos derivados da agricultura (-3,0%) - pela menor produção dos derivados fumo (-13,4%), laranja (-12,9%), soja (-4,3%) e cana-de-açúcar (-2,4%). Por outro lado, além dos avanços nos defensivos para uso agropecuário (25,5%), destaque-se o crescimento do setor de máquinas e equipamentos (3,1%).
Laranja e fumo: maior recuo
Com recuo de 3,0%, o setor de produtos industriais derivados da agricultura, com recuo de 3,0%, apresentou taxas negativas em seis dos oito setores pesquisados. Os derivados da laranja apresentaram a maior queda (-12,9%), seguido pelo fumo (-13,4%), por conta da estiagem na Região Sul (especialmente no Rio Grande do Sul, maior produtor com cerca de 50% do volume nacional).
As demais contribuições negativas vieram dos derivados da soja (-4,3%), devido à queda na produção com a seca no Sul; bem como do milho (-2,5%) e do arroz (-0,4%). Os derivados da cana-de-açúcar também tiveram decréscimo (-2,4%), tanto pela redução na produção de açúcar cristal (-5,3%), como na de álcool (-2,0%). As contribuições positivas vieram do trigo (5,0%) e da celulose (1,3%), impulsionada principalmente pelas exportações.
No entanto, a safra de grãos desse ano, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), atingiu produção recorde de 162,1 milhões de toneladas, 1,2% superior à safra de 2011 (160,1 milhões de toneladas), embora os derivados da agricultura tenham recuado em 2012.
Queda geral na pecuária
O setor, com recuo de 4,3% em 2012, apresentou seu maior índice negativo nos derivados de aves (-6,0%), pressionados pelo aumento dos custos de produção, decorrente, por sua vez, da elevação dos preços da soja e do milho, insumos básicos na produção de ração. Houve queda também nos derivados de couros e peles (-5,2%), bem como nos derivados da pecuária bovina e suína (-4,2%) e no leite (-1,0%), ambos os segmentos prejudicados pela seca que afetou as pastagens.
O setor de produtos industriais utilizados pela pecuária recuou 9,3% em 2012, com redução maior no segmento de produtos veterinários (-20,3%), e decréscimo na produção de rações e suplementos vitamínicos (-7,0%), devido ao aumento dos custos dos insumos (farelo de soja e de milho) que afetou negativamente a demanda.