A Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS – Sistema Famasul) considera que os benefícios da privatização irão predominar em relação aos novos custos. A proposta da Companhia de Participações em Concessões (CPC), empresa vencedora do leilão da BR-163, ficou em R$ 4,38 para cada 100 quilômetros da rodovia no trajeto que corta o Estado. A concessão da rodovia com 87 quilômetros de extensão será de 30 anos.
Para o presidente da Aprosoja/MS, Almir Dalpasquale, o impacto da privatização será positivo se considerar a agilidade do escoamento, conservação das estradas e o ritmo do fluxo. “Por um lado temos a elevação nos custos com a logística para o setor produtivo, por outro se ganha uma série de benefícios incalculáveis, como a segurança que a qualidade das estradas oferecerá. A privatização poupará vidas, e vida não tem preço”, observou Dalpasquale.
Segundo a Associação, a duplicação da pista irá conferir ritmo à logística agrícola e pouco impactará na rentabilidade da produção. “Cerca de 70% da produção de grãos se concentra ao Sul do Estado, sendo assim os caminhões que transportarem a soja até o Porto de Paranaguá terão de arcar com pedágios em no máximo quatro pontos. Mas a queda no tempo de viagem será um dos pontos mais positivos na logística agropecuária”, afirmou o presidente.
Serão instalados nove pontos de cobrança de pedágio, sendo um a cada 100 quilômetros da BR-163. Com custo de R$ 4,38 por ponto, um carro de passeio para atravessar o Estado arcará com o valor de R$ 39,42, enquanto que um caminhão bitrem de sete eixos, com capacidade para escoar 37 toneladas, terá custo de R$ 275,94 para percorrer o trecho de 847 quilômetros. “Sobre o impacto para a logística dos grãos sul-mato-grossenses, deve-se levar em consideração que 70% da produção agrícola se concentra ao Sul do Estado, o que dispensa a passagem em pelo menos metade dos pontos de pedágios que serão instalados”, observou Almir.
A soja exportada por MS tem como principal canal de escoamento o Porto de Paranaguá, o que torna necessária a utilização da BR-163. No mês de novembro, de acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), 100% da soja exportada pelo Estado foi encaminhada ao porto paranaense e a preferência por Paranaguá se repete desde o mês de agosto devido a menor distância e custos mais baratos atualmente.