A região da Grande Dourados possui 80% da produção de cana-de-açúcar de Mato Grosso do Sul. A informação foi confirmada na última semana pelo presidente da Associação dos Produtores de Bionergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), Roberto Hollanda.
Hollanda apresentou o plano do setor sucroenergético do Estado para a safra 2013/2014. Ele prevê uma área plantada com cana no Estado de 738 mil hectares, um crescimento de 15% em relação à safra 2012/2013. Mas no município de Dourados a área deve cair, segundo a estimativa da Biosul, de 56 mil para 50 mil hectares. Entretanto, ele não considera isso preocupante, mas sim sadio por causa da concorrência com a soja e milho.
O que é preocupante, segundo Hollanda, é a produtividade da cana, que em caído no Estado. Caiu de 87 toneladas por hectare em 2009/2010 para 74 este ano e pode cair para 70 na próxima safra. Há o fator clima, segundo ele, que tem sido instável com seca ou muita chuva, mas também há outros fatores que estão em análise.
A previsão para a próxima safra é de moagem de 44,1 milhões de toneladas de cana, com mix de produção de 64% para etanol. É esperada uma produção de 2,197 milhões de toneladas de açúcar, de 684,6 milhões de litros de etanol anidro (aquele que é misturado à gasolina) e 2,352 bilhões de litros de etanol hidratado. São 24 usinas em operação no Estado. Dezesseis delas estão na região de Dourados.
Hollanda destacou em especial a questão da produção de energia elétrica. Hoje, segundo ele, todas as usinas do Estado são autosuficientes em produção de energia e 11 geram excedentes. A perspectiva é de uma produção de 1.682 megawats de energia na próxima safra. “E energia limpa”, afirmou.
Destacou ainda o avanço da mecanização no Estado. Nesta safra, 94% das lavouras de cana do Estado terão colheita mecanizada, contra 89% da safra 2012/2013. “A indústria da cana já nasceu de forma correta em MS”.
Segundo ele, só não é 100% mecanizada porque faltam máquinas, operadores e ainda é necessário um processo de capacitação dos empregados que atuam na colheita manual para que possam trabalhar em outros setores.
Hollanda informou ainda que a indústria da cana emprega 30.500 trabalhadores diretos e 90 mil indiretos no Estado, é o maior salário da agricultura, o terceiro melhor salário da indústria e qualificou dois mil trabalhadores no ano passado.