Foi constatada uma retração de 2% no volume de exportações de soja de Mato Grosso do Sul para a China no primeiro trimestre deste ano. A causa, segundo a Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja), é a falta de logística para o escoamento da produção e a atual infraestrutura dos portos.
Apesar dos entraves, a China mantém-se como principal importadora da soja do Estado. Mesmo com volume menor, os chineses, que durante o primeiro trimestre de 2012 importaram aproximadamente 387 mil toneladas da soja produzida no Estado, mantiveram-se no topo.
“Diminuíram as exportações para a China, porque o carregamento da soja nos portos se acumulou junto ao milho que já deveria ter sido despachado. E o impacto no preço da saca é reflexo mais imediato, que atinge diretamente o produtor rural” enfatiza o consultor em agronegócio, João Pedro Cuthi Dias.
Segundo a Aprosoja, no mesmo período desse ano, importaram de 378,4 mil toneladas, deixando para trás países como a Coréia do Sul, Malásia e Holanda. A receita gerada nos três primeiros meses de 2013 foi de US$ 206 milhões, 12% a mais em relação aos US$ 184,7 milhões obtidos em período equivalente no ano passado.
Para o presidente da Aprosoja-MS (Sistema Famasul), Almir Dalpasquale, as funções manuais nos portos brasileiros representa o despreparo e a má administração dos recursos. “O número de taxas que o produtor paga aos portos é exorbitante e gera um impacto negativo direto no preço médio da saca”, considera o presidente.
Dentre aos valores pagos pelos produtores estão os serviços de pesagem, armazenagem, carregamento, descarga, baldeação, contrato de movimentação, utilização das torres de carregamento, taxa de administração dos portos e transporte interno de mercadorias, com valores que aumentam em domingos e feriados.
Ainda assim, Dalpasquale se mostra otimista quanto ao futuro do mercado de grãos. “A necessidade de compra da nossa soja sempre existirá por parte dos outros países. Conciliando esse panorama à posição geográfica do nosso Estado, só ficamos à espera de atitudes concretas do Governo Federal para que possamos contribuir ainda mais com a receita do agronegócio”, conclui.