Sábado, 10 de Maio de 2008, 11h:57 -
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Fertilizantes: Média histórica aponta alta de 53% no custo sobre hectare
Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)
A Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja/MT) reivindicou subvenção ao governo federal para o setor com o objetivo de conter a alta nos preços dos fertilizantes para a safra 2008/2009 que já chega a 53% no Estado. O custo médio por hectare do fertilizante este ano, de R$ 563,55, é o maior das últimas nove safras. Na produção de 2000/2001, o valor foi de R$ 240.
"O produtor tinha um custo médio histórico de 13 a 15 sacas por hectare e hoje está pagando 20 sacas, com a disparada no preço do produto", pontua o presidente da entidade, Glauber Silveira da Silva.
Atualmente, 70% dos fertilizantes utilizados no país são comprados no exterior. "O custo da produção não pára de crescer puxado, principalmente, pelas altas nos preços dos produtos utilizados para realizar o plantio, e a indústria do setor já avisou que ocorrerão novos aumentos. Precisamos de medidas para frear esta tendência", afirma.
O produto passou a responder por 60% (R$ 926,21) do custo total com insumos em 2008, tomando-se como base o município de Sorriso (460 quilômetros ao médio norte de Cuiabá), conforme dados da consultoria AgRural. O município é referência porque é o maior produtor mundial de soja, com área cultivada de 600 mil hectares.
A tonelada do fertilizante aumentou 300% nas últimas três safras, passando do valor médio de US$ 200 para US$ 800 este ano aos sojicultores mato-grossenses. Apenas em 2008, a alta acumulada é de 33% em relação aos US$ 600 para quem fez a aquisição em janeiro.
Glauber informa que contatos já foram feitos esta semana junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que medidas sejam tomadas com o intuito de reverter o atual cenário. O presidente da Aprosoja/MT afirma ainda que a entidade obteve o apoio de parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para que o Congresso também trabalhe em conjunto com o setor nesse assunto.
CONTEXTO - O aumento da demanda mundial por alimento reflete diretamente na maior procura por adubos e fertilizantes para realizar a produção, o que provoca uma pressão de alta nos valores desses produtos. "Mas a curva crescente dos insumos poderá elevar mais ainda os preços dos alimentos, se nenhuma medida for feita para conter esse avanço".
O presidente da Aprosoja/MT reforça a necessidade de uma resposta rápida do governo federal e aponta também a necessidade de redução das alíquotas do ICMS interestadual para o transporte do fertilizante.
Glauber informa que a Aprosoja/MT este ano está dando continuidade ao projeto de exploração de fósforo no Estado. "Os níveis encontrados do minério nos incentivaram a intensificar as pesquisas este ano. Mas não podemos esquecer que projetos como este levam algum tempo para chegar à produção comercial".
O preço ponderado pela AgRural para o gasto com fertilizante por hectare leva em consideração o valor médio acumulado em 2008. Mas segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea/Aprosoja-MT), apenas no mês de abril deste ano o custo por hectare com fertilizantes já chega a R$ 640 em Sorriso e a R$ 741 em Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá).
GLIFOSATO - Glauber pontua que a redução da tarifa para a importação do glifosato não resultou em queda no preço do produto para o agricultor. "Esse é mais um motivo que nos leva a pedir ao governo federal medidas para que os insumos cheguem com valores menores às mãos dos produtores. A liberação das importações de genéricos é crucial nesse momento para viabilizar a produção deste ano, assim como a redução dos tributos incidentes sobre a compra desses produtos. O litro em Sorriso custa hoje cerca de US$ 8,55, enquanto pode ser comprado da China por US$ 4,74". (Fonte:Diário de Cuiabá)