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Rural Sábado, 21 de Julho de 2012, 11:27 - A | A

Sábado, 21 de Julho de 2012, 11h:27 - A | A

Fim do embargo a carne suína de MS pode mudar queda de 45% nas exportações do setor

Lúcio Borges - Capital News (www.capitalnews.com.br)

A indústria no setor da carne suína de Mato Grosso do Sul está enfrentando uma “contradição”, em números registrados entre o último mês de junho e o mesmo período há um ano, onde a receita de faturamento caiu quase que pela metade, mas o aumento de abates de animais cresceu em 14,51%. As exportações no mês de junho sofreram uma queda de receita em 45,4% em comparação com Maio. O faturamento cai de US$ 4,3 milhões de dólares para US$ 2,3 milhões de dólares no mês passado. A comparação no volume de produtos após um ano marca uma queda de 5,73%, onde em junho de 2011 se embarcou 967 toneladas ante 911 toneladas neste ano.

Contudo, o aumento na produção de abates foi de 14,51%, subindo de 85,9 mil animais ofertados em junho de 2011 para 98,3 mil em junho desse ano. No acumulado de 2012, o crescimento é de 14,7%.

A diferença no ganho do produtor é explicada pela economista e assessora técnica da Famasul, Adriana Mascarenhas, pelo baixo comércio externo internacional no geral, e, pelo embargo Argentino ao mercado brasileiro, bem como pelo alto custo da produção. “A Argentina, um dos maiores compradores, estavam com nosso mercado suspenso. E o que mais preocupa, diante desse aumento do abate, é o custo de produção. Os preços altos da soja e milho impactam na ração e isso vem diminuindo a margem de lucro do produtor”, aponta.

Fim embargo argentino, muda cenário

O cenário pode mudar , com o anuncio da liberação do embargo argentino, anunciada no início de julho e deve trazer reflexos na exportação do produto no Estado, segundo avaliação da Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul).

A expectativa para os próximos meses é de melhora da crise no setor. “A Argentina voltou a comprar em julho, após a liberação do embargo às carnes suínas brasileiras. Isso vai refletir já no final de julho”, aponta Adriana. O país vizinho era até fevereiro deste ano, quando adotou a restrição, o quarto maior comprador da carne suína do Brasil. De 3,5 mil toneladas, passou a comprar apenas 500 toneladas. No total, 75% do que era produzido no Brasil, era vendido diretamente para a Argentina.

A assessora da Famasul relembra que a queda atual é o resultado da baixa demanda externa e aumento de abates dos animais, com custo. “Até o final de junho, os mercados com a Rússia, África do Sul, Albânia e principalmente a Argentina, um dos maiores compradores, estavam suspensos. Em junho também obtivemos maior oferta de animais para o abate, o que também dificultou o escoamento e baixou os preços”, analisa Adriana.

As informações sobre abate, exportação e preços da suinocultura, bovinocultura e avicultura relativos ao mês estão disponíveis no Boletim Casa Rural, que agrega ainda informações sobre agricultura. O Boletim pode ser acessado no site da Famasul.

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