Há pouco menos de 30 dias para o início do vazio sanitário contra a ferrugem da soja para safra 2008/09 em Mato Grosso do Sul com início dia 1º de julho, a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) irá apresentar aos produtores no próximo dia 13, às 11 horas, os resultados obtidos na safra 2007/08. A apresentação vai ocorrer durante o 1º Seminário de Avaliação da Ferrugem Asiática, Doenças de Final de Ciclo e de Estratégias de Monitoramento e Controle para cultura da soja, que será realizado no auditório da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul).
O evento é promovido pela Famasul em conjunto com a Iagro e centros de pesquisa do Estado, e tomará por base a análise dos dados colhidos na safra 07/08. Segundo a gestora da área de Defesa Sanitária Vegetal da Iagro, Glaucy Ortiz, a intenção do órgão é fomentar a discussão sobre o combate ao fungo causador da doença e ampliar os conhecimentos dos produtores e pesquisadores.
“Estamos caminhando para uma nova safra e precisamos discutir as ações sanitárias preventivas e seus resultados efetivos”, destaca, lembrando que a exigência passou a vale na safra passada, e neste ano, o calendário do vazio será do dia 1º de julho a 30 de setembro.
Na programação do seminário, os produtores terão acesso a técnicas para identificar a doença e de como realizar o manejo preventivo, além de ter acesso a um diagnóstico da safra 07/08 região centro-sul traçado pela Fundação MS (Fundação MS para Pesquisa e Difusão de Tecnologias Agropecuárias) de Maracaju, e da região norte pela Fundação Chapadão, onde a doença registrou maior incidência no ciclo.
Além da apresentação da Iagro, também está prevista a apresentação da Embrapa Soja (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) sobre os dados colhidos pelo Sistema de Alerta da Ferrugem - SOS Soja. Encerrando a jornada, será realizada a palestra “Estratégias de Monitoramento e Controle”, que será ministrada pelo pesquisador da Embrapa Soja, José Tadashi Yorinori, um dos principais pesquisadores da doença no Brasil e autor do livro “Ferrugem da Soja: Identificação e Controle” (2003).
Ferrugem
A ferrugem da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, foi identificada pela primeira vez no Continente Americano, no dia 5 de março de 2001 (W.M. Paiva), na localidade de Pirapó (Itapúa), Paraguai. Verificou-se, posteriormente, ao final dessa safra, que a doença já estava amplamente disseminada no Paraguai e no Estado do Paraná.
No Brasil, a doença foi constatada nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso. Os municípios mais atingidos foram: Passo Fundo, Cruz Alta, Cruzaltinha (RS); Ortigueira, Ponta Grossa, Guarapuava (PR); Chapadão do Sul, Costa Rica, São Gabriel D´Oeste (MS); Chapadão do Céu, Rio Verde, Jataí, Mineiros, Portelândia, Santa Rita do Araguaia (GO), e Alto Taquari, Alto Araguaia, Alto Garças (MT).
Contágio
Os uredosporos são facilmente disseminados através do vento, para lavouras próximas ou a longas distâncias, porém, não são transmitidos pela semente. Supõe-se que esporos do fungo tenham atravessado o Oceano Atlântico, vindo dos países do Sul da África (Zimbabwe, Zâmbia e África do Sul), onde a doença vem causando severas perdas nos últimos quatro anos. Os primeiros sintomas da ferrugem são caracterizados por minúsculos pontos (no máximo 1 mm de diâmetro) mais escuros do que o tecido sadio da folha, de uma coloração esverdeada a cinza-esverdeada. (Com Assessoria)
Campo Grande 00:00:00 Quinta-feira, 09 de Janeiro de 2025
