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Rural Sábado, 24 de Setembro de 2022, 11:38 - A | A

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Aftosa

MS avança na transição de vacinação do rebanho para obter a área livre de febre aftosa

Mato Grosso do Sul integra programa que prevê a retirada total da vacinação no País até 2023

Iury de Oliveira
Capital News

Divulgação/Iagro

Segunda etapa de vacinação contra febre aftosa no Planalto termina hoje

Vacinação contra aftosa

Com ações estratégicas que incluem desde maior rigor na vigilância sanitária do rebanho na fronteira, contratação de pessoal por meio de concursos, digitalização e modernização dos sistemas de transporte, emissão de guias de trânsito animal e uso de equipamentos modernos de fiscalização como drones e tablets, o Mato Grosso do Sul avança na meta de obter o status de área livre de aftosa sem vacinação no rebanho. O andamento destas medidas foi apresentado nesta sexta-feira (23) durante reunião do Comitê Gestor Estadual do Plano Estratégico do PNEFA (Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa), no Ministério da Agricultura.

 

Mato Grosso do Sul integra o Bloco IV no Plano Estratégico 2017-2026 do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), que prevê a retirada total da vacinação no País até 2023.

 

O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, que também é presidente do Comitê Gestor, destacou que o processo de retirada de vacina traz um conjunto de ganhos ao Mato Grosso do Sul, principalmente econômicos. Ele explica que a medida exige uma construção junto com o Sistema Famasul que representa os pecuaristas e a Associação de Suinocultores do Estado (ASUMAS).

 

“Esse processo de parceria ele tem se intensificado, mas muito em parcelado. Primeiro com o envolvimento institucional muito forte através do Ministério da Agricultura (Mapa) que tem um programa nacional, depois com Mato Grosso do Sul que criou toda a estrutura necessária para a retirada da vacina para ter a garantia de que nós teremos um Estado com aftosa zero. Nós precisamos ter uma comprovação dessa mudança de status e esse processo ele é continuado”, comentou o secretário.

 

Na avaliação de Verruck o papel do produtor rural, do pecuarista, na retirada da vacina é fundamental. “Já está confirmando esta atuação com elevado nível de vacinação, com alto índice de controle e com certeza a busca agora é comunicar. Nós temos um grande desafio nesse momento que é a comunicação para sociedade. Para que se entenda a importância do processo, e principalmente o produtor rural”, sinalizou.

 

Durante o evento a equipe da Iagro (Agência Estadual de Defesa Animal e Vegetal) apresentou as ações que estão sendo tomadas para atender as normas do PNEFA. De acordo com os dados, em maio a campanha de imunização da febre aftosa atingiu 99,7% do rebanho do Estado, com mais de 50 mil propriedades envolvidas na campanha e mais de 11 milhões de animais imunizados. “O índice está acima dos 90% preconizado no PNEFA, o que é muito favorável”, salientou o veterinário e fiscal da Iagro, Fernando Endrigo, que coordena o setor. Os números ainda mostram que nenhum município ficou abaixo da meta de vacinação.

 

Outros indicadores expostos na reunião foram os resultados do Programa de Vigilância Sanitária Agropecuária de Fronteiras Lobo Guará em Mato Grosso do Sul. Lançado no início do ano o Lobo Guará intensificou as ações de defesa, de controle, de fiscalização sanitária nas regiões de fronteiras, em especial em 13 municípios situados nas linhas de fronteira.

 

Verruck frisou que a região de fronteira já é alvo constante da fiscalização sanitária visando evitar o descaminho de animais de produção e regular os transportes de produtos e subprodutos de origem animal e vegetal e transportes de insumos agrícolas. “Os resultados do Lobo Guará apontam uma intensificação nas atividades de vigilância em saúde animal e vegetal e de insumos agropecuários na zona de fronteira internacional, com alto risco sanitário”, pontuou.

 

Já o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, elencou as ações já executadas no programa. Entre elas estão: reuniões virtuais de caráter orientativo com as regionais e locais da Iagro; distribuição de kits de atendimento com tablets e drones para os fiscais atuarem a campo; entrega de 90 camionetes; vigilância em quadrantes, utilização do sistema e-Vigiagro; realização de concurso público com a contratação de veterinários e agrônomos; treinamento de simulação de emergência zoosanitária, treinamento em atendimento a notificações suspeitas da  enfermidades vesiculares e monitoramento de granjas tecnificadas e não tecnificadas de suínos.

 

 “Tivemos uma evolução notória no trabalho de defesa agropecuária neste ano. Tanto no ponto de vista material como de pessoal. Além da digitalização e uso de tecnologias, hoje temos um serviço de inteligência que monitora todas as regiões. Equipamos nosso pessoal, contratamos veterinários e agrônomos, fizemos treinamento de servidores com a reposição do quadro”, salientou Ingold.

 

Próximos passos  

Segundo o secretário Jaime Verruck, dentro do planejamento do PNEFA o Estado definiu diretrizes claras do que é preciso para se obter o certificado de área livre da aftosa. “Em maio recebemos a notícia que juntamente com outros cinco estados, MS poderá buscar a partir do próximo ano o status de área livre de febre aftosa”, salientou.

 

Verruck aponta que com base nos dados apresentados na reunião MS está em um momento positivo da sanidade animal. “Pelos dados apresentados pela Iagro, o Estado vive um momento positivo com condições para que continuemos evoluindo dentro do Programa”, acrescentou.

 

O secretário ainda destacou que o Governo tem uma ação cotidiana em busca de atender todos os requisitos do credenciamento por parte dos organismos internacionais.

 

Uma destas metas é a realização em novembro a última vacinação contra a febre aftosa em cerca de 20 milhões de bovinos. “Será a última vacinação do rebanho para que em maio possamos fazer o pedido de reconhecimento junto a Organização Internacional de Epizootias (OIE). Por isso é imprescindível a união dos produtores rurais. Para que em breve o Estado possa alçar novos mercados internacionais”, concluiu.

 

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