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Rural Quarta-feira, 03 de Setembro de 2008, 07:48 - A | A

Quarta-feira, 03 de Setembro de 2008, 07h:48 - A | A

Nem todos os agricultores poderão renegociar suas dívidas

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

A resolução 3.597 do Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovada no dia 28 de agosto aumenta de 30% para 60% o limite do saldo para renegociação das dívidas dos produtores rurais de MS, mas o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (FAMASUL), Eduardo Riedel, aponta que os recursos não serão para todos os agricultores.

Os produtores de 73 municípios que decretaram estado de emergência ou calamidade pública entre 2004 e 2005, devido à estiagem, poderão renegociar financiamentos de custeio prorrogados sem a necessidade de pagamento da primeira parcela em 2008. No entanto, devido à falta de recursos no Sistema de Crédito Rural em setembro, as instituições deverão restringir o crédito para os mutuários em processo de negociação.

O Banco do Brasil vai disponibilizar, até o fim de setembro, mais de R$190 milhões aos produtores. Este ano, o valor pode chegar a R$390 milhões, o mesmo de 2007. Loureno Budke, gerente de agronegócios do banco, disse que o “incremento”, ou seja, o dinheiro extra, ainda não está disponível. “"Esse ano todo mundo precisou do dinheiro mais cedo"”, disse. Segundo Budke, o banco vai priorizar os produtores que quitaram suas dívidas e, se sobrar recursos, autorizar novos empréstimos. “"Se a maioria pagar os empréstimos, nós vamos ter mais dinheiro para emprestar"”.

“"O dinheiro não está acessível a todos. Quem renegocia uma dívida não pode fazer outra. Na prática o produtor rural ficará sem crédito. Se ele aderir a renegociação de seus débitos, ele assina uma carta de incapacidade de pagamento da dívida e não poderá acessar o crédito para custeio. Que banco vai financiar daquele que é ‘incapaz de pagamento"’”, alertou Eduardo Riedel, vice-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL). Para Riedel, mesmo que a resolução permita que o empresário em processo de renegociação tome empréstimo para investimentos – obras de irrigação, drenagem e florestamento, por exemplo – ela impossibilita o crédito para pagamento das despesas de custeio, o mais necessário aos produtores. “"Isso pode fazer com que eles desistam da atividade"”, disse o vice-presidente. (Sato Comunicação)

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