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Rural Terça-feira, 03 de Junho de 2008, 13:33 - A | A

Terça-feira, 03 de Junho de 2008, 13h:33 - A | A

Pecuária orgânica tem resultado até 10% superior à convencional

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br) (DA)

A busca pelo consumo de produtos saudáveis e a preocupação com o meio ambiente vem crescendo ano a ano. Um grupo de pecuaristas enxergou aí um mercado em potencial e começou a apostar na pecuária orgânica há pouco mais de cinco anos.

Atualmente, as únicas 50 fazendas brasileiras produtoras desse tipo de gado se reúnem em dois núcleos localizados no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os bovinos são vendidos ao frigorífico JBS-Friboi, que resolveu entrar no mercado de carne orgânica em 2004 - quando lançou a linha Organic Beef. Hoje a linha representa 3% das vendas do frigorífico no mercado interno e deve chegar à fatia de 5% até 2010, diz o diretor de inovações da JBS, Antônio Zambelli. A carne da linha orgânica é comercializada em redes como Wal-Mart, Carrefour e Pão-de-Açúcar. Fora do país, a linha tem consumidores no Oriente Médio e na Ásia.

Prêmio
A carne orgânica é consumida, geralmente, pelo público das classes A e B, já que não é um produto dos mais baratos. O modo de produção é diferenciado e tem apelo para agregar valor ao produto.

Segundo o pecuarista Henrique Balbino, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Animais Orgânicos (Aspranor), os prêmios pagos variam de 5% a até 10% sobre o valor da arroba do boi, com base no índice Esalq/BM&F.

As fazendas produtoras são certificadas pelo Instituto de Biodinâmica (IBD), que por sua vez é auditado por certificadoras internacionais. Das fazendas que fazem parte da Aspranor, duas têm certificação para exportar. Segundo Balbino, para atender o mercado interno, é preciso que o bovino tenha passado dois terços de sua vida no sistema, enquanto outros países exigem que o gado tenha ciclo de vida completo orgânico.

Nesse tipo de sistema, a fazenda e o processo de produção não podem ter interferência de nenhum tipo de produto químico. O bovino engorda a pasto, os medicamentos são homeopáticos (as vacinas utilizadas no modo convencional são permitidas, como a da aftosa), não se pode utilizar adubos e nem herbicidas no pasto e há de respeitar critérios sociais. Entre eles, haver escola e moradias habitáveis para os funcionários.

Segundo a Embrapa Pantanal, a conversão para o sistema orgânico pode durar de 1 a 2 anos. Dependendo do tipo de sistema, ao converter, a fazenda pode perder eficiência no início, já que o boi demorará média de seis meses a mais para chegar ao ponto ideal para o abate.(Diário do Comércio e Indústria)

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