O valor do pedágio pode custar R$ 2,63 para cada 100 quilômetros rodados na BR-163, segundo a Odebrecht S/A que arrematou a concessão do trecho da divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, na quarta-feira (27). O prazo de concessão para administrar 850,9 quilômetros da rodovia, é de 30 anos, e nesse período, a empresa deverá fazer obras de duplicação e manutenção da rodovia, além de outras melhorias.
Dos 850,9 quilômetros, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) é responsável pela duplicação de 416,5 quilômetros, que inclui o trecho entre a Ferronorte, em Rondonópolis, até o chamado Posto Gil, ponto de referência, no município de Nobres. As obras do Dnit são com recursos do PAC, por meio do chamado Regime Diferenciado de Contratação, com alguns trechos licitados e outros já em obras, como exemplo, a serra de São Vicente e entre Rosário Oeste até o Posto Gil.
Já a Odebrecht é responsável pela duplicação de 434,4 quilômetros, nas extremidades do trecho licitado, da Ferronorte até a divisa com Mato Grosso do Sul, e do Posto Gil até Sinop. A empreiteira pode iniciar a cobrança de pedágio a partir da conclusão de, ao menos, 10% da duplicação (43,4 km) sob sua responsabilidade, o que está previsto para o 18º mês de concessão. O prazo para a conclusão de toda a duplicação é de cinco anos.
O valor da tarifa teve deságio de 52,03% em relação ao teto de R$ 0,055 por quilômetro fixado pelo governo. Segundo o presidente da Aprosoja e do Movimento Pró-Logística, Carlos Fávaro, essa queda no valor só foi possível porque o governo dividiu as obras a serem feitas com a empresa. “Como o governo já vem tratando da duplicação de alguns pontos mais complicados, e também, houve uma boa concorrência durante o leilão, o valor da tarifa ficou adequado.”
A praça de pedágio mais barata será a do município de Nova Mutum, com valor de R$ 2, e a mais cara, de Sorriso, com R$ 3,60. De acordo com as contas do Movimento Pró-Logística, a tarifa total será de R$ 22,45 por eixo para percorrer todo o trecho concessionado. Já para caminhões a conta leva em consideração uma média de oito eixos, entre caminhões de sete e nove eixos, os mais usados no estado. O resultado é uma tarifa de R$ 179,57 para o trecho completo. Já, considerando uma média de 40 toneladas líquidas por caminhão, o valor por tonelada fica em R$ 4,49.
Atravessando 19 municípios, a rodovia é de fundamental importância para o escoamento de grãos, por onde passam quase 70% do volume produzido no estado. Segundo avaliação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), 49% da pavimentação do trecho é considerada ruim, além disso, 26% do trecho não possui acostamento.