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Rural Sexta-feira, 14 de Janeiro de 2011, 07:10 - A | A

Sexta-feira, 14 de Janeiro de 2011, 07h:10 - A | A

Pesquisa comprova que eucalipto pode virar etanol

Carlos Orácio - Capital News (www.capitalnews.com.br)

As cascas de eucalipto que geralmente não são aproveitadas podem virar combustível. É o que indica uma pesquisa realizada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. O estudo revela que é possível produzir etanol a partir do material lenhoso.

Sem deixar de reconhecer que a cana-de-açúcar é uma das principais fontes de biomassa para a geração de energia, Carlos Alberto Labate, que é professor do Departamento de Genética da Esalq, destacou a importância das cascas do eucalipto.

Atualmente, esses resíduos permanecem no solo das plantações após a extração do tronco da árvore, que normalmente é destinada à indústria de papel e celulose. "Uma quantidade razoável de casca é dispensada no solo com o corte da madeira, algo em torno de 20 toneladas por hectare. Ao ser fermentado ao longo dos anos, esse material libera gases do efeito estufa", disse Labate.

Conforme os experimentos do químico Juliano Bragatto, uma tonelada de resíduos de eucalipto gera 200 quilos de açúcares, que permitirão produzir 100 litros de etanol. O número pode dobrar com o aproveitamento do açúcar existente na estrutura das cascas.
Uma tonelada de casca de eucalipto pode render cerca de 200 litros de etanol.

A casca fresca, obtida logo após o corte da madeira, possui 20% de açúcares solúveis. “Este número cai pela metade em um período de dois a três dias, pois ocorre a degradação dos açúcares na casca, por isso o ideal seria aproveitar o resíduo imediatamente após ser produzido.”

O químico explica que a casca do eucalipto possui açúcares solúveis que podem ser prontamente postos em contato com as leveduras que produzem o etanol por meio de fermentação.

O rendimento do processo de produção do etanol a partir dos resíduos de eucaliptos é semelhante ao do álcool de cana-de-açúcar. “As cascas são submetidas a uma lavagem com água a 80 graus, onde se obtém uma infusão que é posta em contato com as leveduras”, explica o químico. “Também é possível moer a casca e a realizar a fermentação com o caldo obtido, do mesmo modo que a cana.” (Com informações da Agência Fapesp)
 

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