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Rural Segunda-feira, 22 de Setembro de 2008, 16:56 - A | A

Segunda-feira, 22 de Setembro de 2008, 16h:56 - A | A

Produtores preparam novas manifestações contra demarcações

Lucia Morel - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Mais uma manifestação contra as demarcações está programada para o dia 27 de setembro em Ponta Porã. Descontentes com o acordo firmado entre Fundação Nacional do Índio (Funai) e o governo do Estado, os produtores de Ponta Porã pretendem reunir cerca de 4 mil pessoas pessoas numa caminhada, onde serão apresentados os prejuízos que o Estado terá com as demarcações. No final do trajeto haverá uma concentração para que interessados possam fazer o uso da palavra. Representantes da Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul), sindicatos rurais da região, representantes políticos e de entidades de classe também foram convidados.

De acordo com o presidente do sindicato rural de Ponta Porã, Roney da Silva Fucks, ele espera que a manifestação chame atenção da sociedade, já que o movimento pretende o apoio popular na questão. Os produtores, segundo Fucks, querem mostrar que estão em uma situação vulnerável e que se sentem ameaçados diante das portarias da Funai.

“O produtor está prestes a pegar financiamento e ele tem que dar a propriedade como garantia. A gente sabe que alguns projetos já foram dificultados, mas colocaram outras alegações que não esta da demarcação, porém acredito que tenha relação sim. Com certeza alguém que emprestar dinheiro não vai querer uma garantia vulnerável”. Ainda segundo o sindicalista, a comercialização de terras na região sul do Estado apresentou retração.

O presidente do sindicato reclama da Funai e diz que se as demarcações forem realizadas aos moldes da Funai o Estado ficará economicamente inviabilizado. “a Fundação não tem um projeto de desenvolvimento para as aldeias que já existem, imagina para as novas”, indaga.

Fucks ressalta que a sociedade precisa pressionar a Funai para que ela crie projetos para desenvolver e integrar o índio.`”Tem que criar mecanismos para que vivam iguais a nós, e eles (índios) querem isto. Sem condições vem a depressão, alcoolismo, violência nas aldeias”, alerta.

Ele lembra ainda que o Estatuto do índio prevê a criação de colônias indígenas agrícolas e, inclusive, o governo federal pode comprar terras se for verdadeiro o fato de que estas comunidades precisem. “O governo federal tem ferramentas para fazer isto.
Não sei o porquê da Funai não fazer isto. Vejo interesses escuros de organizações e entidades por trás disto tudo”.

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