Produtores rurais de MS apostam na cana-de-açúcar para diversificar a produção

Mato Grosso do Sul apresenta um dos maiores crescimentos na produção de cana-de-açúcar do País. Na região Centro-Oeste, é o segundo estado, com estimativa de mais de 22 milhões de toneladas para a safra 2008. O número representaria 33,5% da produção da região, segundo dados do último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).

Os produtores rurais têm optado pela cana-de-açúcar para diversificar a produção. Em Costa Rica, um grupo de 110 produtores firmou contrato de arrendamento de 40 mil hectares de cana-de-açúcar com a Brenco – Companhia Brasileira de Energia Renovável. A negociação informal foi feita em bloco e os contratos assinados individualmente.

Segundo o secretário de agricultura e desenvolvimento do município, Agoncílio Correia Barbosa, a área plantada é de 3.500 ha e deve chegar a cinco mil até o fim de agosto. Em busca de diversificação econômica, a cidade ofereceu atrativos fiscais para a instalação da companhia.

Renato Burguel, um dos produtores de Costa Rica, reservou o solo arenoso da sua propriedade para a produção de cana. O restante dos 1.030 ha foi dividido entre as culturas de soja, milho e algodão. Renato espera correr menos riscos. “A cana-de-açúcar é mais segura, devido à menor exposição às mudanças no clima. Se der uma chuva de granizo, por exemplo, a gente não perde praticamente nada”, justifica o produtor.

A liberação de R$ 1,2 bilhão para a Brenco, aprovada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no último dia 5, beneficia Costa Rica e outras três cidades: Paranaíba, Alto Taquari (MT) e Mineiros (GO). As unidades, que terão capacidade de moagem de 15 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra, deverão gerar mais de oito mil empregos diretos. A meta da empresa é produzir 3,8 bilhões de litros do biocombustível etanol por ano, o que representaria quase 15% da produção nacional.

O setor sucroalcooleiro tem fôlego pra muito mais. O Estado tem 11 usinas instaladas, e a implantação de outras 26 deve consumir R$ 6,8 bilhões. De acordo com a assessora de economia da Federação de Agricultura e Pecuária de MS (FAMASUL), Adriana Mascarenhas, mais 27 usinas estão em fase de estudo.

No Estado, a quantidade de cana-de-açúcar destinada à produção de álcool deve ultrapassar os 60%, o que mostra porque a CONAB considera esta safra a “mais alcooleira” de todas. A procura por biocombustíveis esquentou o setor. Os carros com tecnologia flex fuel – que permite rodar com álcool ou gasolina – já representam 85% das vendas de veículos novos no Brasil. (Fonte: Sato Comunicação)