Sexta-feira, 12 de Setembro de 2008, 07h:54 -
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Produtores se dizem vítimas de golpe
Sato Comunicação
Os produtores rurais que foram prejudicados pelo fechamento do frigorífico Campo Oeste estiveram nesta quinta-feira (11) em reunião com a diretoria e assessoria jurídica da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL), na sede da instituição, e afirmaram que foram vítimas de um golpe que vem sendo preparado há muito tempo. Indignados, os produtores cogitaram inclusive a hipótese de conivência das instituições financeiras e bancos, pois muitos produtores alegam que antes de efetuarem as vendas, procuraram seus bancos para obter dados sobre a vida financeira da empresa (frigorífico Campo Oeste) e receberam informações de que não havia nada irregular.
Na reunião foi apresentada a cópia da carta que o frigorífico mandou para o banco Bradesco solicitando a sustação de 49 cheques, só no mês de agosto, por quebra de acordo comercial. Segundo o advogado e assessor jurídico da FAMASUL, Gervásio de Oliveira Júnior, a evidência de conivência bancária das instituições financeiras e bancos é muito forte. “É muito estranho que um Banco tenha sustado 49 cheques da empresa no mesmo mês e mesmo assim essa empresa não tenha o seu nome negativado”.
Para o presidente da FAMASUL, Ademar da Silva Júnior, fica evidente que isso foi um golpe preparado. “É uma situação assustadora que estamos vivendo em pleno século 21, onde, em um dia as instituições financeiras, os bancos e o próprio Estado, sinalizem que o Frigorífico Campo Oeste não tenha problemas em sua vida financeira e no outro ele dê um “calote” de aproximadamente 12 milhões de reais nos produtores rurais e de 17 mil na própria Secretaria Estadual da Fazenda”, afirma.
Ações jurídicas
O levantamento feito pelo superintende da FAMASUL, Marcelo Amaral, o prejuízo calculado, somente dos produtores que estiveram presentes na reunião, foi de R$ 4,5 milhões.
Segundo Aurora Lomonaco Palazzini, proprietário da Fazenda Santa Mega, no município de Campo Grande, o prejuízo foi de mais de R$ 32 mil em cheques sem fundo. “Estou indignada, a minha sensação é de que estou sendo roubada e não posso fazer nada para evitar isso”.
Assim como Aurora, muitos outros produtores foram lesados com cheques sem fundo, como o caso também do empresário rural Darci Francisco, que teve um prejuízo de R$ 52 mil e do produtor Pedro Selvino Smaniotto, que teve o seu prejuízo calculado em mais de R$ 280 mil reais, mais nesse caso, em promissórias que não foram pagas.
Gervásio afirma que a Instituição vai entrar com uma ação criminal contra o procurador do frigorífico, Mário Antônio Gisilim. “Quando o procurador pratica um crime ele tem que ser responsabilizado civilmente”, frisa. O advogado também discutiu, juntamente com a diretoria da FAMASUL e os produtores rurais, a possibilidade de entrar com uma ação conjunta para diminuição dos gastos jurídicos.