A receita das exportações brasileiras de couros no primeiro bimestre do ano somou US$ 148,35 milhões e teve queda de 59% em relação ao valor acumulado em igual período do ano passado, quando o faturamento foi de US$ 359,1 milhões. O volume exportado no bimestre passou de 72,1 mil toneladas no ano passado para 42,4 mil toneladas neste ano, queda de 41%. O preço médio do produto exportado caiu 30%. Os dados foram elaborados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O presidente do CICB, Luiz Bittencourt, diz que a redução nas exportações de couro, nos dois primeiros meses de 2009, é reflexo da crise internacional que se abateu sobre a economia americana e se espalhou pelas principais economias no quarto trimestre de 2008. "A recessão provocou uma forte crise de demanda, reduzindo drasticamente a procura por diversos produtos e se transferindo, por efeito dominó, pelos diversos elos das cadeias produtivas."
Bittencourt afirma que além da retração da demanda, "o desempenho do segmento vem sendo castigado pelas altas taxas de juros, burocracia excessiva, precariedade do sistema de infraestrutura, e, principalmente, falta de capital de giro".
Ele ressalta o crescimento da participação dos embarques de produtos semiacabados e acabados, que têm maior valor agregado. Dos couros exportados no período, 73,6% (em valor) e 57,3% (em volume) foram com maior valor agregado, mantendo o processo evolutivo da agregação de valor nas exportações de couro.
As exportações de couro em fevereiro deste ano somaram 42,4 mil toneladas e a receita ficou em US$ 148,4 milhões. Comparativamente a fevereiro do ano passado o volume recuou 44% e a receita, 60%. Em relação a janeiro deste ano o desempenho se manteve estável.
Os principais destinos do couro brasileiro exportado em fevereiro foram a China e Hong Kong, ambos com US$ 49,25 milhões (33,21% de participação); Itália, com US$ 43,83 milhões (29,21% de participação); Estados Unidos, US$ 10,25 milhões (6,91%), e México, com US$ 6 milhões (4%).
Segundo o CICB, a Índia foi um dos mercados que mais cresceu (210%), somando US$ 2,31 milhões, além do Paraguai (392%) que importou US$ 92,35 mil. Belarus (ex-República da antiga União Soviética, situada no centro-nordeste da Europa) também foi outro país que aumentou 46,15 vezes as compras do produto nacional, totalizando US$ 20,5 mil. (Fonte: Agênica Estado)
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