A safra de cana-de-açúcar será a maior prejudicada com as chuvas que vêm assolando o estado desde o fim do ano passado, de acordo com o secretário de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, Christino Áureo.
Segundo ele, a produção que em ciclos normais chega a 5,5 milhões de toneladas, pode não atingir 3 milhões de toneladas em 2009. "As regiões que mais sofreram com as chuvas deste ano foram as do Norte e Noroeste, muito mais por conta das inundações dos rios, principalmente o Paraíba do Sul.
Eu estimo queda de até 50% na safra de cana. Nossa safra esperada em ciclo normal é de 5 milhões a 5,5 milhões de toneladas. Acredito que não vamos chegar a 3 milhões de toneladas de cana. Representa problema de renda na região e na produção de açúcar e álcool", disse Áureo ao Jornal do Commercio.
O secretário ressaltou que uma das regiões que sofreram com as chuvas do verão de 2008, a Serrana, não foi muito afetada este ano. "Em relação à agricultura, o abastecimento do complexo hortifruti não foi tão afetado quanto no ano passado.
Todo verão nós temos este tipo de dificuldade, mas este ano nossa maior preocupação é que a região Norte é a principal produtora de cana-de-açúcar. Houve inundação em várias épocas do ano. Houve discussão na região da Lagoa Feia e em relação aos diques, se deveriam ser derrubados ou não.
Segundo Christino Áureo, o Norte Fluminense só não foi mais afetado porque a secretaria iniciou em 2007 obras emergenciais na rede de canais que escoa a região.
"Fizemos as obras emergenciais dos canais e por isso o desastre não foi maior neste ano. Investimos desde 2007 mais de R$ 15 milhões, sem contar os recursos dos municípios.
As obras definitivas ainda dependem de recursos do governo federal, da ordem de R$ 40 milhões, e de uma Parceria Público-Privada (PPP), que gira em torno de R$ 200 milhões e está em fase se viabilização.
São 1,5 mil quilômetros de canais que estão abandonados há 25 anos. Este abandono levou ao quadro que temos hoje na região", afirmou. impactos. A crise internacional, disse o secretário, ainda não teve impacto sobre a agricultura e a criação de animais no Rio de Janeiro.
De acordo com ele, o único produto que já apresenta queda nos preços é o leite. "O mercado do Rio é muito grande para sua produção. O estado não é exportador. Alguns itens são exportados, mas o estado não depende desta exportação.
A crise está ligada ao crédito e os setores exportadores são os que mais sofreram. Nós teremos problemas se as mercadorias do estado tiverem queda de preço no mercado interno.
Isso só ocorreu em relação ao leite, que já teve redução de preço de 50%. Ainda não há, porém, certeza de que esta redução está ligada à crise", afirmou.
Áureo aposta que, apesar da preocupação com a crise internacional, 2009 será importante para a agricultura do Rio de Janeiro. Entre os destaques, ele aponta a aprovação de empréstimo para o programa Rio Rural.
"Fechamos empréstimo de US$ 39,5 milhões com o Bird (Banco Mundial) para o programa Rio Rural. O Bird já havia doado US$ 7 milhões para este projeto.
Vamos realizar obras importantes de infraestrutura, como recuperação de estradas vicinais, saneamento rural individual e coletivo, investimento na recuperação ambiental e melhoria das condições de produção e comercialização.
Só este ano, vamor captar em convênios mais de R$ 10 milhões, o que para nós é muito significativo". (Com Informações: Assomasul)