O plantio de soja em Mato Grosso do Sul deverá ocupar mais de 3,8 milhões de hectares na safra 2022/2023. O aumento será em média de 2,5% na área em relação a safra passada. No comparativo da produção a estimativa é que a cultura renda pouco mais de 53,4 sacas por hectare, o que poderá totalizar 12,3 milhões de toneladas de soja. Uma alta de quase 42%.
A estimativa foi divulgada na noite desta sexta-feira (16) pelo secretário de Meio Ambiente, Produção, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro) Jaime Verruck, durante coletiva na Famasul juntamente com o presidente da Associação de Produtores de Soja de MS (Aprosoja), André Dobashi, e o presidente da Famasul, Marcelo Bertonni.
O crescimento da safra será novamente recorde, exemplificou o secretário de Produção, Jaime Verruck. Segundo ele, isso será possível graças ao trabalho conjunto do Governo, entidades e produtores em busca de cada vez mais produtividade com tecnologias e sustentabilidade.
"Eu acho que a expansão da soja retrata o grande momento que o Estado passa. O Mato Grosso do Sul tem tido crescimentos sucessivos da sua produção agrícola. Então, estamos falamos em aumento de produção da área de soja, de eucalipto no Estado, crescimento na produção de milho, avanço da industrialização. Nós passamos nesse momento por uma grande industrialização, de agregação de valor às nossas matérias primas. Então, muitas vezes aquele discurso que nós tínhamos há alguns anos, nós vemos hoje se tornando realidade", destacou.
O presidente da Aprosoja, André Dobashi, afirmou que a área poderia ser ainda maior caso não fossem algumas frustrações dos agricultores com o clima. "Tivemos uma frustração na soja na safra passada com uma das piores estiagem e produtividade abaixo de 40 sacas. Agora nesta safra vislumbramos números mais positivos", pontuou, frisando que um dos temores do setor ainda é o alto custo de fertilizantes.
Dobashi elogiou o trabalho de incentivo do Governo aos produtores seja por meio da destinação de recursos para pesquisas das Fundações estaduais como a MS e Chapadão ou de fundos como o Fundems.
"São as tecnologias e técnicas de plantio que em conjunto que vão permitir maior produtividade", destacou. O aumento na destinação de crédito agrícola por meio do FCO também foi destacado.
"Teve aumento do crédito puxado pela necessidade por parte do produtor. Mas o grande detalhe foi o acesso facilitado na maioria dos canais com prerrogativa do liberalismo inclusive na pandemia. Hoje temos maior versatilidade em tomar crédito. Os players de financiamento estão mais aptos pra dar o recurso", avaliou o presidente da Aprosoja.
O secretário Verruck reforçou que hoje o Governo do Estado tem linhas de crédito de estímulo à agricultura, com juros menores para fazer incorporação de verbas para investimentos. Uma delas e o FCO Verde, que prevê produção de agricultura de baixo carbono.
"Toda ampliação de investimento tem linha diferenciada para fazer empréstimo, obviamente amparada pelas pesquisas nas fundações que indicam quais as variedades mais adequadas para cultivo em cada região de MS", explicou.
O presidente da Famasul, Marcelo Bertonni, disse que é uma satisfação o setor poder contar com o apoio do Estado em projetos que ajudam a alavancar a produção de grãos. "Estas ações nos dão segurança para continuar investindo", comentou.
Caminho de desenvolvimento
O secretário Jaime Verruck salientou que muitos perguntam qual o caminho para o desenvolvimento do Estado. "É uma coisa muito clara. O MS, o caminho natural dele é ser um estado multiproteína. Então, hoje nós temos aí a referência na agricultura, para as proteínas vegetais e ainda uma capacidade de expansão excepcional", citou, lembrando que a avicultura é uma janela de oportunidade grande para os produtores de grãos, assim como a suinocultura.
"Mato Grosso do Sul vem ainda se destacando como principal exportador hoje de tilápia do País. Então isso dá densidade a nossa economia", concluiu Verruck.