Mato Grosso do Sul caminha a passos largos quando o assunto é capacitação profissional para o setor sucroenergético. No primeiro quadrimestre de 2012 foi registrada uma alta de 50% em relação à capacitação profissional de setor. De 41 qualificações promovidas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS (Senar-MS) no mesmo período do ano passado, o setor contabiliza a oferta de 83 treinamentos específicos. Ao total, de janeiro a abril, 1.698 profissionais foram qualificados.
O levantamento do Senar-MS, divulgado essa semana, aponta que nove usinas localizadas no Estado receberam nove tipos de treinamentos que vão desde o desenvolvimento sustentável a relação interpessoal no trabalho. Conforme o superintendente da instituição, Clodoaldo Martins, o crescimento do setor em Mato Grosso do Sul é o responsável pela demanda. “Com a expansão do setor, aumenta também a necessidade de qualificar os profissionais do campo”, explicou o superintendente. No ano passado, o Senar-MS promoveu para este segmento 135 cursos, seminários e capacitações.
A oferta da qualificação tem impactado diretamente nos salários. De acordo com análise dos dados da Relação Anual de Informações Sociais, feita pela Associação dos Produtores de Bionergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), o segmento remunera com um salário médio de R$ 1.528,70 os trabalhadores das usinas, enquanto a agricultura paga em média R$ 1.315,30, sendo que a segunda média salarial é de R$ 1.332,60 (indústria) e R$ 1.305,30 (agricultura). “Quando englobamos todos os setores da indústria, agricultura e comércio, o setor tem a segunda maior massa salarial, totalizando R$ 519.109,00”, mostra o presidente da Biosul.
Um dos fatores para o aumento da procura dos cursos é a mecanização. Mato Grosso do Sul já tem 93% de sua colheita mecanizada. Outro fator está no próprio crescimento do setor. O Estado é o que mais cresceu na região Centro-Oeste, nas últimas seis safras, com aumento de 190%. Goiás, que está em segundo lugar, teve ampliação da moagem em 180%.
O Estado conta atualmente com 22 usinas que devem moer 37,8 milhões de toneladas, 11,7% a mais que em relação à safra anterior. Desse total de indústrias, 10 são destilarias de etanol, 12 operam tanto com produção de açúcar e etanol, e oito, das 22, já cogerameletricidade a partir do bagaço da cana. Para alcançar as metas traçadas pelo setor para 2020, será necessário que o país inaugure outras 120 usinas para dobrar a produção de açúcar e etanol em todo o Brasil.