Quinta-feira, 25 de Setembro de 2008, 18h:12 -
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Volume de abates de bovinos cai 14,9% no Estado
Da Redação (JG)
O volume de abates de bovinos caiu 14,96% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2007 em Mato Grosso do Sul. O dado consta de pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada nesta quinta-feira (25).
A queda expressiva – que, em números absolutos corresponde a 301.885 cabeças – relaciona-se a um conjunto de fatores, segundo análise da assessora de economia da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) Adriana Mascarenhas.
De janeiro a junho deste ano, os frigoríficos do estado abateram 1.714.939 bovinos. No ano passado, nos mesmos meses, foram abatidas 2.016.824 cabeças. Em nenhum mês de 2008, o volume de abate superou igual período de 2007.
Além da queda em relação ao ano anterior, a quantidade de abates de bovinos neste ano também têm reduzido mensalmente a partir do segundo trimestre. Em abril, foram abatidas 290.687 cabeças; em maio, 280.832; e, em junho, 242.860 animais. No espaço de apenas um mês (de maio a junho), o volume de abates despencou 13,51%. O número de bovinos abatidos em junho de 2008 foi o menor para este mês nos últimos nove anos.
Na comparação junho 2008/2007, o número de abates caiu 13,14% – em junho do ano passado, foram abatidas 279.628 cabeças. Em relação a janeiro deste ano, a redução foi de 28,88% – os frigoríficos abateram, no primeiro mês do ano, 341.501 cabeças.
Fatores
Entre os fatores causadores da redução de abates, a economista Adriana Mascarenhas destaca a desvalorização da arroba, a queda do dólar nos primeiros meses do ano e a elevação dos custos operacionais totais para a pecuária bovina. Esses fatores atingem, diretamente, dois momentos da cadeia produtiva: a que diz respeito ao produtor e a que se refere às indústrias frigoríficas.
Enquanto a arroba do boi gordo se valorizou em 51,11% de janeiro de 2005 a julho de 2007, os custos operacionais totais subiram 76,90%, informa Adriana. Ela salienta que apenas a suplementação mineral – com parcela de 21% nos custos operacionais – aumentou o preço em 87,44% de janeiro a agosto deste ano.
Aos custos elevados, soma-se a desvalorização do dólar. Como a carne é uma commoditie, o seu preço está atrelado às oscilações cambiais. A redução expressiva da moeda americana puxou para baixo a arroba do boi. Esse fator também diminuiu a receita dos frigoríficos oriunda das exportações.
Esse quadro desfavorável à produção bovina comprometeu a oferta aos frigoríficos. Para a economista, isso se relaciona aos fechamentos de unidades frigoríficas no estado. “Muitos frigoríficos fecharam as portas ou deram férias coletivas aos trabalhadores”, lembra. Com isso, os abates caíram.