Na semana em que se celebra os 112 anos de Campo Grande ganharam força na cidade as mobilizações pela paz em um dos setores mais preocupantes da Capital: o trânsito. Passeatas, palestras, teatros entre outras atividades marcaram o período dedicado a tentar conscientizar as pessoas a praticar solidariedade enquanto dirigem.
Durante entrevista ao Capital News, o comandante da Ciptran, Tenente-coronel Alírio Villasanti Romero falou sobre as ações. Ele destacou o recorde de nove dias sem mortes no trânsito (alcançados na quarta-feira), o que para Tenente-coronel é um grande presente para a cidade. Otimista, ele afirma que é possível reverter as tristes estatísticas e preservas vidas.
Capital News – Com essa campanha de conscientização no trânsito está sendo realizada?
Alírio Villasanti - São várias ações na realidade nessa grande campanha realizada pela Assembleia Legislativa. A Ciptran já tem várias ações, feitas rotineiramente, então nós procuramos adaptar essas ações a essa campanha, procurando envolver o maior número de pessoas possíveis, envolvendo vários segmentos; nós estamos trabalhando com oito escolas por dia, quatro por turno, realizando ações com as crianças, com os jovens, envolvendo a famílias exatamente para sensibilizar e aproveitar esse momento do aniversário da cidade também, para sensibilizar o maior número de pessoas.
Semana do trânsito mobilizou toda a sociedade com foco nas crianças, futuros condutores
Foto: Deurico/Capital News
Capital News - Vocês procuraram desenvolver atividades mais dinâmicas para envolver as crianças?
Alírio Villasanti - Dessa forma nós conseguimos mobilizar mais as pessoas, prender mais a atenção das crianças e jovens que serão os condutores do amanhã. Essas atividades são importantes para que pudéssemos interagir melhor com eles dessa maneira, bem dinâmica, interativa e chamando a atenção deles pra essa questão.
Capital News - O que explica a grande quantidade de acidentes no trânsito? É só imprudência dos condutores ou tem algum outro fator?
Alírio Villasanti - O principal fator de risco dos acidentes é a velocidade, depois vem a questão do álcool, mas na verdade são falhas humanas que acontecem para que o acidente ocorra, se o acidente aconteceu é porque alguém falhou, muitas vezes excesso de velocidade, imprudência, avançar o sinal vermelho, usar celular ao volante, o motociclista que não usa capacete de forma adequada, enfim são vários fatores que levam ao acidente.
Capital News - A estrutura física de Campo Grande apresenta problemas que possam causar mais acidentes?
Alírio Villasanti - A prefeitura tem um projeto, acredito que já em fase final, para ser executado de mobilidade urbana, exatamente para isso, para melhorar a sinalização seja vertical ou horizontal, a sinalização semafórica, ampliar as ciclovias, ter corredores exclusivos de ônibus, então são várias ações da engenharia que acabarão facilitando a questão da segurança no trânsito e também a fluidez.
Capital News - Os motociclistas são o grupo de risco da Capital e os que mais se envolvem em acidente. Existe algum projeto para prevenir os acidentes envolvendo esse grupo?
Alírio Villasanti - Nós temos várias ações com os motociclistas, principalmente na idade entre 15 e 24 anos que é o grupo que mais se envolve em acidente. Ações educativas e de fiscalização, nós temos a incidência muito grande de condutores de motocicletas não habilitados principalmente na periferia, que é onde a gente atua com a fiscalização mais rigorosa e também temos as ações educativas, capacitando esse público. Recentemente nós capacitamos 150 motoentregadores dos Correios, divididos em grupos, eles assistiram palestras e participaram de várias atividades durante um final de semana.Então são vários exemplos que podemos evidenciar de que é possível mudar quando se faz esse tipo de atividade.
"Estamos celebrando a vida" diz comandante sobre dias sem mortes
Foto: Deurico/Capital News
Capital News - Pessoas que vêm de foram costumam dizer que o trânsito de Campo Grande é um dos piores do país. Isso é verdade?
Alírio Villasanti - Eu acredito que não. Nós temos avenidas largas, avenidas que possibilitam a gente ter um bom fluxo, mas é claro que em horários de picos temos alguns problemas. Mas em geral o que tem que mudar é a cabeça do condutor, o trânsito é razoável, mas condutor que precisa rever seus conceitos para trafegar nas vias públicas.
Capital News - O governador André Puccinelli disse que o condutor de Campo Grande precisa ter mais paciência, você concorda com isso?
Alírio Villasanti - Nós focamos principalmente a questão da fluidez na via pública, nós temos que focar a segurança, mas falta a solidariedade, o respeito ao próximo, a cordialidade, e ter educação, o exercício pleno da cidadania.
Capital News - O número crescente de veículos pode atrapalhar o trânsito. Campo Grande pode suportar essa demanda?
Alírio Villasanti - Dificulta a mobilidade, nós temos uma frota de 400 mil veículos aproximadamente, cerca de 100 mil motocicletas, ou seja, com esse número todo de veículos com certeza a mobilidade fica prejudicada, principalmente nos horários de pico.
Capital News - O placar da vida completou nove dias sem mortes no trânsito, um recorde. Esses dias nesta semana seria um presente para Campo Grande?
Alírio Villasanti - Sim, nós estamos celebrando a vida hoje, com nove dias de vidas preservadas no trânsito, então eu acho que é um número muito importante e significativo para nós que estamos envolvidos com o trânsito e para a sociedade. Nós temos que comemora as vitórias e as mobilizações são importantes nesse sentido. O placar da vida instituído no dia 11 de maio, é um projeto mundial da Onu (Organização das Nações Unidas) chamado de década de ação de prevenção de acidentes de trânsito, que visa diminuir 50% das vítimas fatais até 2020 e Campo grande está inserido nisso. Eu acredito que nós temos dois grandes ganhos com o placar da vida, tornando transparente os dados não só de vítimas fatais no local, com também os que morrem em até um mês em decorrência do acidente e também chamamos a sociedade para debater esse tema, vendo que esse problema não é só dos órgãos competentes, mas sim de toda a sociedade.
Placar da Vida bate recorde e chega a nove dias sem mortes no trânsito
Foto: Deurico/Arquivo Capital News
Capital News - O senhor é otimista que um dia Campo Grande chegará a 365 dias sem mortes no trânsito?
Alírio Villasanti - É muito difícil em função da nossa frota, da conduta dos cidadãos, dos condutores, mas temos que ter esperança e por isso nós mobilizamos a sociedade de que é possível transformar e educação é o caminho.
Por Priscilla Peres - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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