Crise na Santa Casa é falta de repasse da prefeitura, diz presidente da ABCG

Eduardo Penedo - Capital News (www.capitalnews.com.br)

O presidente da Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG), Wilson Levy, alegou que a crise na Santa Casa de Campo Grande acontece em razão do não repasse de recursos da Secretária Municipal de Saúde. “Se a secretária de Saúde tivesse colocados os recursos em 2004 não estaria desse jeito a Santa Casa”. As declaração fotam feitas na manhã desta quarta-feira (6), durante uma audiência realizada na Câmara de Vereadores de Campo Grande, para discutir os problemas referentes a Santa Casa da Capital.

Wilson Levy fez um breve histórico da Santa Casa para começar a elencar os problemas enfrentados pela instituição. Ele disse que a Santa Casa foi criada por meio da união de famílias tradicionais de Campo Grande que financiaram o projeto e construiram a sede do hospital. Ele deixou claro que a construção da Instituição não teve nenhuma ajuda do governo estadual tampouco Federal. Levy informa que a construção e ampliação da Santa Casa teve financiamento da Caixa Econômica Federal e seria pago durante 16 anos.

Levy argumenta que o primeiro sinal de problema na Santa Casa aconteceu em 1998 quando a instituição foi obrigada a fazer o primeiro empréstimo para pagar as dívidas provenientes do hospital. A dívida era de R$ 4,7 milhões e a Prefeitura de Campo Grande fez um acordo que era para pagar somente R$ 3 milhões em 40 parcelas de 80 mil sem juros e reajustes. Ele afirma que desde então a Santa Casa começa a ficar com problemas que acabou gerando a crise que acontece agora.

O presidente da ABCG critica ainda a postura da Secretaria de Saúde de Campo Grande que mesmo não repassando os recursos, conseguiu cancelar um que era para fazer a reforma na cozinha e lavanderia do hospital.

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Foto: Deurico/Capital News

Ele explica ainda, que durante os anos começou uma queda acentuada no repasse dos recursos destinados para a Santa Casa. Levy argumentou que a Santa Casa na época da gestão da ABCG havia falta de leitos no hospital, no entanto, atendiam 32 mil pacientes e agora só 22 mil, sendo que na época todos os leitos e andares estavam com pacientes e atualmente a alas da Santa Casa estão desativadas. Levy deixou o questionamento no ar sobre o motivo dos leitos estarem desativados.

Wilson Levy argumentou que quando a ABCG regira a Santa Casa era obrigada a contar moedas para administrar o hospital. “Sempre gerimos contendo as moedas”, explica.

O presidente da ABCG revelou que todos da Associação têm paixão pela instituição e por isso que estão tão empenhados nessa causa. “Nos não largamos o osso por paixão. Nos acreditamos na sociedade organizada”, desabafa.

Levy explica que neste momento a Santa Casa precisa da imagem de um gestor. Ele brinca falando que a cultura de Mato Grosso do Sul e de que o olho do dono que engorda o gado.” O que falta no hospital e a figura do dono”, explica.

Wilson Levy revela que a ABCG quer de volta a gestão da Santa Casa e promete colocá-la em ordem se inspirando nos feitos da Pastoral da Criança, projeto criado por Zilda Arns. “Queremos uma Cogestão Social priorizando a transparência total e plena”, finaliza.

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