A atual situação da Santa Casa de Campo Grande, que sofre com a falta de leitos e a superlotação, foi o assunto debatido na manhã desta quarta-feira (27) em audiência pública realizada na Câmara Municipal de Campo Grande.
A reunião, no Plenário Oliva Enciso, foi convocada pela Comissão Permanente de Saúde, composta pelos vereadores Dr. Loester (presidente), Dr. Jamal (vice) e Ribeiro (membro) para definir soluções à problemática do maior hospital de Mato Grosso do Sul, a Santa Casa.
O Procurador Regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal, Felipe Fritz Braga disse que o fato de tornar o maior hospital da região Centro Oeste em fundação não solucionará o caos, mas pode ser considerado um mecanismo fundamental para que a Santa Casa se torne uma figura pública e integrada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Felipe Braga, a possibilidade de a Santa Casa de Campo Grande ser transformada em uma fundação fará com que a unidade deixe de ser tratada como uma empresa privada e passe a ter uma intervenção permanente do Ministério Público dentro do hospital. “A Santa Casa não tem um sistema integrado de urgência, emergência e trauma. Esse é o grande problema”, disse o procurador.
O Procurador Regional dos Direitos do Cidadão do MPF, enfatizou a necessidade de encontrar um caminho que leve a solução do problema da Santa Casa, caso contrário seria simplesmente um regresso na sociedade sul-matogrossense terminar a intervenção, sem conseguir integrar a Santa Casa ao SUS.
Durante os pronunciamentos foram debatidas questões pontuais como a devolução da administração da Santa Casa para a Associação Beneficente Santa Casa (ABCG), que hoje está nas mãos da Junta Administrativa, assim como a transformação do hospital em Fundação, para que possa usufruir dos benefícios tributários e orçamentários que este tipo de organização civil possui.
Wilson Levi Teslenco, presidente da ABCG, destacou que a situação provisória da Santa Casa está se tornando definitiva. “A Junta foi acionada em 2005 para solucionar um problema pontual e já está há seis anos administrando o Hospital de forma definitiva sem resolver o problema de fato”, alegou Teslenco.
Wilson Levi Teslenco, presidente da ABCG, destacou que a situação provisória da Santa Casa está se tornando definitiva
Foto: Deurico/Capital News
Juberty Antonio de Souza, presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS), salientou que o problema da Santa Casa não pode ser colocada nos médicos, já que a crise enfrentada pelo Hospital não diz respeito ao atendimento do corpo clínico, mas sim à administração da Santa Casa, que sofre com a escassez de recursos e a alta de atendimentos.
O vereador Paulo Pedra (PDT) disse que a intervenção tem que ter início, meio e fim e questionou: “Ela vai até quando? Dinheiro para a saúde não falta, falta gestão. O que sufoca a Santa Casa é o Pronto Socorro. A Santa Casa foi usada no ano passado para fins políticos”, destacou o vereador ao atacar mais uma vez o prefeito de Campo Grande. “A prefeitura não deu conta da intervenção”.
A reunião contou ainda com a presença da promotora de Justiça, Cristiane Amaral Cavalcante, do Procurador de Justiça, Mauri Valentim Ricciotti, do Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Felipe Fritz Braga – procurador regional dos Direitos do Cidadão, do Secretário Municipal de Saúde, Leandro Mazina Martins, o presidente do SINMED-MS (Sindicatos dos Médicos de Mato Grosso do Sul), João Batista Medeiros, além do diretor financeiro da Santa Casa, Edson da Mata.
Durante os pronunciamentos foram debatidas questões pontuais como a devolução da administração da Santa Casa para a Associação Beneficente Santa Casa
Foto: Deurico/Capital News
Por Valquíria Oriqui - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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