Preso há 40 dias, o estudante de direito Cristhiano Luna de Almeida de 23 anos, acusado de matar o segurança Jeferson Bruno Gomes Escobar, o Brunão, foi solto nesta segunda-feira após a concessão de um habeas corpus pela 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Para a defesa do acusado, o advogado Ricardo Trad, houve um pré julgamento público em relação ao processo do estudante. “Se a opinião pública tivesse acesso aos autos do processo, tomaria conhecimento de detalhes como o modo em que Christiano foi arrastado para fora do estabelecimento, ou que no lado de fora ele ainda foi agredido por três seguranças, talvez não houvesse tamanho julgamento” afirma o advogado. “Parte da imprensa é responsável por esse julgamento, já que é formadora de opinião. O Christiano teve uma conduta errada ao insultar o garçom, mas o despreparo dos seguranças, arrastando o estudante para fora do local e em seguida agredindo-o com chutes e socos também é algo grave. Houve uma comoção pública e isso não pode influenciar na decisão de um juiz” afirma o advogado.
Trad alega que fatores externos também podem ter ocasionado a morte de Brunão. “É preciso analisar como o segurança recebeu os cuidados médicos no local, principalmente durante as massagens cardíacas. Isso pode ter provocado alguma lesão já que sua morte foi atípica” diz Trad.
O advogado informou que um mestre de jiu jitsu teve acesso ao vídeo onde mostra a briga dos seguranças e o estudante e afirmou que Christiano estava se defendendo a esmo durante as agressões, sem utilizar golpes de artes marciais.
Cristiano estava detido no Presídio de Trânsito de Campo Grande desde o dia 19 de março. O estudante foi solto às 16h30, e aguardará o processo em liberdade. Na sexta-feira, serão ouvidas as testemunhas de acusação do caso.
O estudante foi acusado de matar Brunão após uma briga em uma casa noturna na Avenida Afonso Pena no dia 19 de março. Após ser retirado do bar, Brunão e Jefferson teriam começado a brigar. No após as agressões, Christiano fugiu do local e Jeferson começou a passar, morrendo no local logo em seguida. Christiano foi detido no mesmo dia em sua casa, por policiais da Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais (Cigcoe).
Por Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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