Sem acordo com o prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), a categoria dos agentes de saúde vive um impasse que já dura meio ano: o reajuste salarial. Apesar de estarem desenvolvendo as atividades normalmente, os agentes podem fazer nova greve a qualquer momento, conforme informa o representante do Sindicato dos Técnicos de Segurança no Trabalho (Sintesp-MS), Amado Cheikh.
“Recusamos a última proposta do prefeito que queria dar aumento sem dizer quanto e nem quando. Foram propostas bem vazia, recusamos o acordo e pedimos para que julgasse nossa liminar. O que pode acontecer agora é, se for indeferida vamos recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), porque nossa ação está baseada perante os dois, que amparam a nossa greve”, diz Cheikh.
O representante da categoria dos agentes diz ter certeza do resultado do julgamento. “Vamos ganhar e o prefeito vai ser obrigado a pagar os salários atrasados, a extinguir os processos administrativos que ele abriu e ainda vai ter que negociar”, garante Cheikh ao completar que o fato “concorre para a desmoralização política dele”.
Primeiramente o caso será julgado aqui. “Nós não esperamos que tenhamos sucesso aqui, já sabíamos disso há muito tempo, por isso nos preparamos para recorrer”, informa o representante que realiza semanalmente assembleias permanentes junto a categoria.
Amado Cheikh diz que o prefeito não tem a simpatia da categoria e que “durante a greve os holofotes estiveram voltadas para o prefeito, porém, existem algumas realidades que não foram noticiadas”.
“Como o bloqueio do pagamento o prefeito só conseguiu dar a prateleira de mantimentos e as geladeiras vazias. Ele esqueceu que nossos filhos vivem do que ganhamos. Conseguiu fazer com que os servidores tivessem a água e a luz cortada e que nossos nomes fossem incluídos no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e Serasa, pois a maioria dos agentes faz empréstimo porque ganha pouco. Além de ter conseguido ainda a ira de todos também bloqueou o plano de saúde, onde deixaram de ser realizadas cirurgias importantíssimas. Isso foi o que o Nelsinho conseguiu”, desabafa Amado Cheikh.
O representante diz que a categoria apresentou para o prefeito uma proposta com oito ítens, cada um com sua justificação e fundamentação. “Chegou a dar um livro de 300 páginas, em contrapartida, a única coisa que ele nos ofereceu foram três páginas de propostas evasivas”, informa ele.
Para finalizar, Amado diz que haverá uma nova “queda de braço” e que a classe está abandonando a condição de serem apenas agentes de saúde pública. “Estamos adotando outra linha, a de fazermos pesquisas para medir o grau de satisfação que a população tem com a administração. De antemão posso dizer que o grau de popularidade do prefeito é baixa e nem todas as pessoas estão contentes com ele, não sei nem se ele vence para governador”, desabafa Cheikh.
Por Valquíria Oriqui - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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