Onze meses após o Capital News apontar as irregularidades presentes no imóvel número 1527 da Rua Marechal Cândido Mariano Rondon tudo continua quase do mesmo jeito. O terreno amplo, com quatro casas e um salão comercial, localizado em um dos principais pontos comerciais de Campo Grande (entre as ruas 14 de Julho e 13 de Maio), foi cenário de sujeira e sofrimento de quase uma dezena de cães abandonados pelo dono do local.
O Capital News foi o primeiro veículo a falar sobre o caso. Em 15 de junho de 2009, três dias após narrarmos a situação, agentes da Delegacia Especializada contra Crimes Ambientais e Proteção ao Turista (Decat) e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) retiraram os animais.
Foto tirada no dia 13/06/2009
Foto: Deurico/Arquivo Capital News
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A imagem do mesmo local, dez meses depois. Sem os cães, mas com sujeira e matagal
Foto: Deurico/Capital News
Agora, nossa equipe de reportagem esteve em frente ao local novamente. “Pena que vocês não vieram um pouco antes. Isso aqui [mostra a entrada do imóvel] estava imundo, mais imundo ainda. Eu é que limpei a frente aqui, a ‘entradinha’. Tiramos o grosso. Tirei cinco sacos de lixo cheios de folhas e plástico e sujeira que jogam aqui, eram sacos daqueles de cem litros. Pena que vocês não vieram ontem”, comenta um vizinho ao recinto, que preferiu que não informássemos seu nome.
Ele lamenta não termos ido antes como se o local – imundo – estivesse limpo, ou, “menos sujo”. “Então! Está imundo sim. Mas, para você imaginar como estava antes.”
Vizinho "limpou" o máximo que pôde a entrada do imóvel, mas, o interior ainda continua sujo
Foto: Deurico/Capital News
O vizinho afirma que está triste com o estado de abando do local. “É ruim. Fico com medo por causa do mosquito da dengue. Isto está cheio de saco plástico, de garrafa, de lixo. Tem gente que entra aí e deixa sujeira. A gente fica preocupado em pegar alguma doença. Fora isso, ainda deixa o lugar mais feio. A gente quer que mude, mas, não podemos fazer nada, não podemos entrar.”
Objetos que podem servir de viveiro do mosquito da dengue não faltam ali
Foto: Deurico/Capital News
O estabelecimento estaria avaliado em aproximadamente R$ 3,5 milhões e o proprietário possui ação contra danos morais em andamento, segundo a vizinhança.
Bem em frente ao imóvel há um ponto de táxi. “Tinha um rapaz que entrava aí e dormia. Agora, parece que ele saiu. Estou aqui desde outubro e vi isso sempre assim. Ontem, foi que limparam. Mas, mesmo assim, olha como é sujo”, conta o taxista Nildo Maques.
Imóvel fica em local nobre da Capital; taxista reclama de descaso
Foto: Deurico/Capital News
“Nem agente de saúde eu vejo passando aqui”
Aquele vizinho que limpou a parte da frente do terreno reclama que já solicitou à Prefeitura e ao CCZ que envie agentes de saúde, mas não obteve resposta. “A gente chama, mas, eles não vêm.”
Antes [há dez meses] e agora. Muita diferença?
Foto: Deurico/Capital News
Ele não é o único que nota isto. O “cuidador” de motos Pedro Lacerda diz que “há tempos” não vê um agente ali. “Não vejo nenhum agente não. Só daquela vez dos cachorros.” A visita mais recente informada por Pedro foi há citada no começo do texto, ou seja, dez meses. Ele fica ali de segunda a sexta das 8h30 às 17h.
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
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