Campo Grande 00:00:00 Sexta-feira, 10 de Janeiro de 2025


Cotidiano Terça-feira, 10 de Novembro de 2009, 08:51 - A | A

Terça-feira, 10 de Novembro de 2009, 08h:51 - A | A

Beira-Mar: defesa acredita que julgamento pode ser difícil se júri considerar antecedentes

Marcelo Eduardo e Jefferson Gonçalves - Redação Capital News

Os advogados do narcotraficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, basearam sua estratégia de defesa na “negativa de autoria”, ou seja, eles afirmam que, conforme os autos, não existe prova de que ele tenha mandado matar o rival João Morel. Porém, acreditam que será difícil provar sua inocência caso os sete jurados levem em consideração os antecedentes dele.

João Morel foi morto em 21 de janeiro de 2001, na Penitenciária de Segurança Máxima da Capital, a golpes de chucho (tipo de faca artesanal).

De lá para cá, quatro das testemunhas chave foram mortas: os presos Marcos Rogério de Lima (conhecido como Rogerinho), Weverlon Santi Lopes, Luiz Marcos da Silva Santos (chamado de Francês), José Evanilson Melo da Silva (o James).

Odair Moreira da Silva (conhecido como Marreta) foi julgado e condenado pela execução de Morel e cumpre pena no presídio federal de Catanduvas (PR).

Além destas, outras testemunhas foram ouvidas, mas, sequer foram chamadas pela promotoria para o julgamento. Para um dos advogados de Beira-Mar, Luiz Fernando Bataglin Maciel, não existe prova de que seu cliente foi o mandante. Ele diz estar confiante na absolvição de Beira-Mar. “Espero que ele seja absolvido porque, se o júri entender pelos autos do processo, não há prova. Acredito na honestidade do júri.”

O que poderia dificultar a absolvição, ao entender da defesa, são os “antecedentes” do réu, mesmo assim, Bataglin lembra que Beira-Mar nunca foi condenado por assassinato.

“Pré-condenação”

Há doze anos defendendo Baira-Mar, o advogado Wellington Corrêa da Costa Júnior, disse estar revoltado com o MP (Ministério Público) que solicitou júri popular. “Isso é uma pré-condenação do meu cliente”, ponderou.

Wellington, assim como o colega Bataglin, chegou ao Fórum por volta das 7h45, com uma grande papelada debaixo dos braços; são documentos, livros e leis. Ele e o colega terão 1 hora e 30 minutos para explicar aos jurados porque Beira-Mar, do ponto de vista da interpretação deles da lei, deve ser considerado inocente. A promotoria também dispõe de período igual para sua explanação.

“O promotor deve estar trazendo confete e serpentina”, disse Wellington, sobre o fato de que conseguirá a acusação levar o julgamento a júri popular.

Por: Marcelo Eduardo e Jefferson Gonçalves – (www.capitalnews.com.br)

 

 Veja também:

   Baira-Mar: júri condena traficante à 15 anos de reclusão

   Beira-Mar: júri começa votação

   Beira-Mar: acusação trata defesa de advogados com irônia

   Beira-Mar: defesa diz que provas como vídeos e ligações telefônicas são inconsistentes

   Beira-Mar: promotoria mostra vídeo e fala sobre ligações a advogados criminalistas como provas

   Beira-Mar diz que presídio federal é "casa de criação de louco"

   Beira-Mar: várias testemunhas foram assassinadas

   Beira-Mar diz que é perseguido pela imprensa e nega ter matado Morel

   Beira-Mar: segurança do júri é feita por 250 policiais

   Beira-Mar: começa julgamento com réu de colete e algemas

   Beira-Mar: defesa diz que não existe prova de que réu tenha mandado matar Morel

   Enquanto Beira-Mar é julgadona Capital, advogados tentam no STJ fazer com que ele volte ao Rio

   Beira-Mar: 70 vagas para assistir ao júri foram destinadas à OAB

   Beira-Mar já está no Fórum da Capital

   Fórum recebe segurança reforçada para júri de Beira-Mar

 

   STJ nega pedido de suspensão de julgamento de Fernandinho Beira-Mar

   Julgamento de Fernandinho Beira-Mar deve mobilizar Força Nacional e Polícias Federal e Militar

   Imprensa deve se credenciar para julgamento do traficante Fernandinho Beira-Mar

   Preso em MS, Beira-Mar teria comandado ataques no RJ

   Beira Mar acompanhará júri em julgamento na Capital

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS