O deputado estadual Marcio Fernandes troca oficialmente o PSDB pelo PT do B. Ele discursou na sessão desta terça-feira, 29, na Assembleia Legislativa e falou de sua insatisfação dentro do grupo tucano. O motivo principal foi a desavença com a senadora Marisa Serrano. A decisão do parlamentar foi repassada ao presidente do seu ex-partido.
Atual vice-líder do governo, Marcio não teria engolido a pressão que diz sofrer constantemente de Marrisa para que ele deixe de apoiar a reeleição de André Puccinelli (PMDB). “Desde o evento de inauguração do Trem do Pantanal (no começo do ano, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva), fui abordado pela senadora Marisa Joaquina Monteiro Serrano. Que ali, mesmo no meio da festa, me perguntou que, se candidata fosse [ao governo do Estado] eu a apoiaria. Eu insisti que o debate era prematuro e que o PMDB não teria tendência em se aliar com o PT e o PSDB provavelmente não deveria deixar a base do governador. Entretanto, a senadora insistia no rompimento com o PMDB.”
Marcio continua discordando da opinião que diz ter a senadora. “Ele [André Puccinelli] é meu líder, meu padrinho político.”
Além disso, o parlamentar citou forte lobby feito pela senadora dentro do partido para que o primo dela seja eleito deputado estadual, o que diminuiria o espaço de Fernandes dentro do ninho tucano. Marcio Monteiro, primo de Marisa Serrano, é ex-prefeito de Jardim e atual secretário adjunto do meio ambiente no município. “Fica claro que a senadora teme que a minha permanência no PSDB possa inviabilizar a eleição de seu primo”, afirma.
Marcio Fernandes ainda disse que ajudou “o PSDB a crescer”, lembrou da eleição do vereador Edilson Seikó (PSDB) para a presidência da UCV-MS (União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul). “Ele nem era do partido, veio a meu convite”, comenta.
Marcio afirma acredita que sua permanência no PSDB iria prejudicar candidatura do primo dela, secretário em Jardim
Foto: Deurico/Capital News
Trajetória tucana
Marcio foi para o PT do B, partido que integrava a mesma coligação do PSDB. Marcio ficou por três anos no PSDB. Ele veio do PRTB, onde se elegeu, por legenda, com 9,7 mil votos. O líder do PSDB, Reinaldo Azambuja, foi eleito com aproximadamente 47 mil votos, na mesma disputa. Dione Hashioka, do mesmo partido, teve cerca de 19 mil votos. O PRTB não quis o mandato dele de volta. O PSDB não o elegeu e não teria direito a pedir o mandato para si.
Márcio escolheu o PTdoB, partido que integrava a coligação com o PRTB e que deu legenda a Rinaldo Modesto, que por sua vez também voou para o ninho tucano logo após ser empossado no cargo. Márcio disse que no PTdoB terá mais espaço para fazer política, elogiou os líderes da sigla – com quem garante ter bom relacionamento – e afirmou ter recusado um convite do PMDB.
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)