A Operação Vitruviano, desencadeada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (24), prendeu 19 pessoas, sendo 13 em Campo Grande e seis pessoas em Dourados. Entre os detidos estão advogados, empresários, militares e aposentados. A quadrilha desmantelada na operação seria comandada pelo ex-major da Polícia Militar Sérgio Roberto de Carvalho, que está detido desde 2009 no Presídio Federal de Campo Grande.
Segundo a Polícia Federal, a quadrilha teria conseguido através de um golpe, durante a venda de uma usina de cana-de-açucar em Mato Grosso, adquirir R$ 3,9 milhões. O dinheiro seria parte da herança milionária do paulista Olympio José Alves, morto desde 2005, que segundo a polícia é alvo constante de diversas tentativas de fraude por golpistas.
De acordo com o delegado da Polícia Federal, Edivaldo Bezerra de Oliveira, a quadrilha teria usado procuradores de fachada, em nome de Olympio para poder executar a transação. A negociação ocorreu na comarca de Anaurilândia, onde o processo garantiu R$ 3,9 mi para os golpistas. “Para dificultar o rastreamento deste dinheiro, a quadrilha após adquiri-lo repartiu a quantia para várias pessoas físicas e jurídicas, as quais foram detidas ao longo da Operação” informou o delegado.
As investigações estão sendo realizadas desde 2008 onde foram descobertas várias empresas de fachada com intensa movimentação financeira, sem origem justificada. Segundo a PF, somente entre os anos de 2002 a 2006, as empresas chegaram a movimentar mais de R$ 110 milhões. Inicialmente a operação visava investigar os crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e contrabando sob o comando do ex-major.
O município de Caarapó também possui um mandado de prisão e busca e apreensão a ser cumprido. Com essa operação , a PF alega praticamente ter encerrado as investigações que desvendaram a organização criminosa liderada pelo Major Carvalho, referente à prática de crimes de lavagem de dinheiro, identificando os componentes como responsáveis pelo golpe à herança milionária feito com a utilização indevida do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.
O Major Carvalho, é alvo de 17 inquéritos instaurados pela PF para apuração da prática de crimes das mais diversas natureza: lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, contrabando, tráfico de drogas, exploração de jogos de azar, estelionato, entre outros, registrados desde a década de 1980.
Por Jefferson Gonçalves - Capital News
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