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Polícia Sexta-feira, 20 de Novembro de 2009, 15:06 - A | A

Sexta-feira, 20 de Novembro de 2009, 15h:06 - A | A

Jornalista teria acionado 190 momentos antes de disparar contra caminhonete com criança, diz advogado

Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

O jornalista Agnaldo Ferreira Gonçalves, autor dos disparos que mataram Rogério Mendonça, 2 anos e feriu no maxilar avô dele João Afonso Pedra, 51, teria ligado para a Polícia Militar por causa das ameaças recebidas momentos antes de disparar contra a caminhonete Mitsubishi L-200. De acordo com o advogado do jornalista, Valdir Custódio da Silva, no momento que a primeira discussão entre o jornalista e o condutor da caminhonete, Aldemir Pedra Neto, a polícia teria sido comunicada por causa da discussão. “No momento em que os dois (Agnaldo e Aldemir) desceram do carro e o Agnaldo começou a ser agredido pelo jovem, ele chegou a entrar em contato com a polícia. Mas teve o seu celular derrubado, por que o condutor da caminhonete bateu em sua mão” disse o advogado.

Segundo Valdir, o celular do jornalista foi recolhido como prova para ser analisado pela Polícia Civil. “Agnaldo foi vítima de violência, chegando a ser agredido fisicamente três vezes” disse o advogado. Questionado sobre o motivo que teria desencadeado os disparos contra a caminhonete em que estava a criança, o advogado responde: “Medo das ameaças”. O jornalista alega que teve seu carro “fechado” pela segunda vez, próximo ao cruzamento das ruas Rui Barbosa com a Avenida Mato Grosso. Temendo pelas supostas ameaças feitas pelo condutor da caminhonete, Agnaldo teria disparado contra o veículo.

O advogado do jornalista informou que em nenhum momento Agnaldo sabia que havia uma criança no veículo. “Ele não sabia que tinha uma criança no carro. A caminhonete possuía vidros fumês, escurecidos” afirma o advogado. Sobre a afirmação de que durante a discussão Agnaldo teria sido informado por João Afonso Pedra de que havia crianças dentro do veículo, o jornalista também nega.

Valdir informou que a defesa trabalhará para que o processo corra de forma justa. “É muito precoce falar sobre qualquer tipo de condenação já que a movimentação jurídica ainda não foi iniciada, mas caso haja uma, trabalharemos para que ela seja a mais justa” afirma. “O fato do Agnaldo ter se entregado muito antes da polícia ficar sabendo do caso, ser réu primário e sem antecedentes será levado em conta” finaliza.

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O jornalista Agnaldo Ferreira Gonçalves está detido no 2º DP de Campo Grande
Foto: Deurico/Capital News

O jornalista Agnaldo Ferreira Gonçalves, 60 anos, está detido no 2º Distrito Policial de Campo Grande. O jornalista estava detido na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) e foi transferido no final da tarde de quarta-feira (18). De acordo com a polícia, o jornalista está em uma cela individual.

No início da tarde de quarta, após uma discussão de trânsito na Avenida Mato Grosso, Agnaldo, que estava em um Volkswagen/Fox, disparou cerca de cinco tiros contra uma caminhonete modelo Mitsubishi L-200. No veículo estavam o condutor Aldemir Pedra Neto, o seu pai, João Afonso Pedra, 51 anos e seus sobrinhos, Rogério Mendonça, 2 anos e Ana Maria de 5 anos. João Afonso foi atingido com um tiro no maxilar e Rogério, com um tiro no pescoço.

Ambos foram encaminhados para a Santa Casa de Campo Grande onde passaram por cirurgias. Por volta das 18 horas de ontem, o menino Rogério Mendonça não resistiu aos ferimentos e morreu.

Por Jefferson Gonçalves - Capital News

 

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