O jornalista Agnaldo Ferreira Gonçalves, 60 anos, foi libertado esta tarde, por volta das 15 horas, após 80 dias em regime fechado. O jornalista estava detido no Centro de triagem na Capital. Acusado de assassinar o menino Rogério Mendonça, 2 anos, no dia 18 de novembro no ano passado, após uma discussão no trânsito, o jornalista foi solto após análise de seu habeas corpus pela 2 ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS).
De acordo com o advogado do acusado, Waldir Custódio da Silva, o jornalista foi solto devido a “ausência de necessidade de prisão preventiva”. “A prisão do Agnaldo foi feita sobre o argumento de garantia da ordem púbica, porém, tanto o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o STF (Supremo Tribunal Federal) determinam que essa medida seja aplicada para criminosos de alta periculosidade para a sociedade, o que não é o caso do jornalista, já que ele se apresentou a polícia logo após o fato e se manteve à disposição da justiça.”, disse o advogado.
O menino Rogério Mendonça estava no banco de trás do veículo e foi atingido por um tiro no pescoço. A vítima não resisitiu aos ferimentos e morreu no hospital
Foto: Deurico/Arquivo Capital News
De acordo com Custódio, este foi o primeiro processo realizado sobre o caso. “É preciso deixar claro que, o que mais queremos é que Agnaldo responda na medida da sua culpabilidade, não pela estória do fato” disse Custódio.
Sobre a realização de um futuro júri referente ao caso, o advogado afirma: “É muito cedo para falar sobre alguma condenação. Esta foi a primeira movimentação do processo. O momento é de descanso para o Agnaldo” diz o advogado.
Crime
No início da tarde do dia 18 de novembro, após uma discussão de trânsito na Avenida Mato Grosso, Agnaldo, que estava em um Volkswagen/Fox, disparou cerca de cinco tiros contra uma caminhonete modelo Mitsubishi L-200. No veículo estavam o condutor Aldemir Pedra Neto, o seu pai, João Afonso Pedra, 51 anos e seus sobrinhos, Rogério Mendonça, 2 anos e Ana Maria de 5 anos. João Afonso foi atingido com um tiro no maxilar e Rogério, com um tiro no pescoço.
A arma utilizada no dia crime, um revólver calibre 38. De acordo com a polícia, o jornalista teria recarregado a arma após os disparos
Foto: Deurico/Arquivo Capital News
Ambos foram encaminhados para a Santa Casa de Campo Grande onde passaram por cirurgias. Por volta das 18 horas, o menino Rogério Mendonça não resistiu aos ferimentos e morreu.
O jornalista alegou que sua reação foi desencadeada após receber ameaças do condutor da caminhonete e também nega que sabia da presença da criança no veículo.
Por Jefferson Gonçalves - Capital News
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