Modelo contribui para desafogar vias urbanas ao criar rotas exclusivas para cargas, reduzindo engarrafamentos e otimizando trajetos
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O transporte subterrâneo, como o nome indica, ocorre abaixo da superfície terrestre. Normalmente associado aos metrôs e ao transporte de passageiros, esse modelo também pode desempenhar um papel importante na logística de cargas.
No Brasil, cerca de 65% das cargas ainda são transportadas por rodovias. Nesse cenário, as chamadas cidades subterrâneas surgem como uma alternativa viável para reduzir custos e aumentar a eficiência logística.
Em São Paulo, por exemplo, esse modelo já está em funcionamento por meio de túneis exclusivos. Outras grandes cidades ao redor do mundo também adotam sistemas semelhantes, que tendem a ganhar mais espaço nos próximos anos.
São Paulo é referência em transporte subterrâneo
Na capital paulista, os túneis mostram como a cidade vem se estruturando como um modelo de cidade subterrânea eficiente. As vias são separadas do tráfego de carros de passeio e destinadas somente a veículos de carga.
Esses túneis conectam pontos estratégicos da cidade, como centros industriais e logísticos, e são usados tanto para coleta quanto para entrega de mercadorias.
Com isso, os veículos de carga deixam de interferir no trânsito de superfície, o que ajuda a reduzir os congestionamentos. Além disso, o transporte se torna mais eficiente, gerando economia e contribuindo para o aumento das receitas, ao mesmo tempo em que diminui o desgaste das vias urbanas.
Cidades ao redor do mundo adotam o modelo
Embora São Paulo já conte com um sistema consolidado, a maioria das capitais brasileiras ainda não têm estruturas definidas para o transporte subterrâneo. Por isso, exemplos internacionais ajudam a ilustrar o potencial do modelo.
Em Montreal, no Canadá, foi criada uma cidade subterrânea multiuso. Além da logística de cargas, o espaço também abriga centros comerciais, permitindo a circulação de pedestres e melhorando os números da economia local.
Além disso, na Coreia do Sul, a capital Seul implementou um sistema de túneis exclusivo para o transporte de mercadorias. Dessa forma, caminhões utilizam rotas subterrâneas para circular pela cidade, o que contribui para aliviar o tráfego na superfície.
Transporte subterrâneo de passageiros ainda é limitado no Brasil
Assim como no transporte de cargas, o modelo subterrâneo para passageiros também apresenta limitações no país. Atualmente, apenas 12 capitais brasileiras contam com algum sistema sobre trilhos, como metrôs.
São Paulo e Rio de Janeiro lideram em extensão de rede, com 377 km e 287 km, respectivamente.
Nos últimos 10 anos, a malha metroferroviária cresceu 17%. Esse avanço se deve, principalmente, aos investimentos em São Paulo e à privatização do sistema em Salvador, segundo aponta um relatório do setor.
Vantagens do transporte subterrâneo na logística
O uso de túneis subterrâneos oferece diversas vantagens para a logística urbana. Em cidades com trânsito intenso, por exemplo, o modelo contribui para rotas mais rápidas e operações mais baratas.
Ao diminuir a circulação de caminhões em horários de pico, melhora o fluxo geral de todos os modais de transporte e reduz o impacto das entregas no trânsito. Com isso, há menos engarrafamentos e rotas mais previsíveis.
Apesar do alto investimento inicial, o transporte subterrâneo tende a ser mais econômico a longo prazo. Além disso, a automatização das operações pode reduzir gastos com motoristas, combustível e manutenção da frota.
Os túneis também demandam menos reparos do que as vias de superfície, que sofrem danos frequentes causados pelo excesso de peso e tráfego. Com isso, a vida útil da infraestrutura urbana é prolongada.
De modo geral, o transporte subterrâneo vem ganhando espaço, e os exemplos bem-sucedidos ao redor do mundo indicam que esse modelo tende a se expandir nos próximos anos.
