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Coluna Geração Agora

Do prato físico ao digital: como o metaverso pode transformar a experiência gastronômica no Brasil

Por Luisa Pereira

Da coluna Geração Agora
Artigo de responsabilidade do autor

Tecnologias que aumentam a imersão do consumidor no momento da aquisição de produtos e serviços também têm o potencial de revolucionar a gastronomia

Reprodução/Freepik

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O conceito de metaverso vem se expandindo em diversos setores e é definido como um ambiente virtual acessado por meio de tecnologias emergentes, como dispositivos de realidade virtual e aumentada, hologramas e outras inovações em constante evolução.

De acordo com um relatório da PwC, o mercado do metaverso pode alcançar US$ 1,5 trilhão até 2030. Esse crescimento também abre novas oportunidades para a indústria alimentícia, que vem explorando cada vez mais as vantagens desse ambiente digital.

Com a digitalização das atividades, os consumidores têm demonstrado uma crescente preferência por formas remotas de alimentação, como o delivery. Nesse contexto, o metaverso oferece uma experiência mais realista, tornando a compra mais próxima da vivência em um restaurante.

A expansão do metaverso

Dados da Gartner indicam que, em breve, um quarto da população global vai passar pelo menos uma hora por dia no metaverso. Além de realizar compras nessas plataformas virtuais, as pessoas também estão utilizando esse espaço para trabalhar, estudar e socializar, entre outras atividades.

A ideia de metaverso surgiu nos anos 1990, com o autor Neal Stephenson, mas ganhou forma prática em 2003 com o lançamento do jogo Second Life, um simulador que buscava replicar a vida real em um ambiente digital.

Atualmente, a Gartner prevê que 30% das empresas que vendem produtos e serviços ao público devem investir no metaverso para aprimorar a interação com os consumidores.

Como o metaverso está sendo aplicado na indústria de alimentos

O metaverso já faz parte da realidade de grandes redes globais, como Coca-Cola e McDonald's. Especialistas destacam que essa tecnologia pode otimizar o atendimento ao cliente, gerando um contato mais realista com os produtos e, assim, aumentando as vendas.

Na prática, isso ocorre por meio da criação de cardápios digitais em ambientes virtuais, permitindo que os consumidores interajam com pratos e ingredientes antes de fazer um pedido. Além disso, o metaverso possibilita ações promocionais mais imersivas, ampliando o engajamento do público.

Outro aspecto relevante para o setor é o conceito de gêmeos digitais, que consiste na criação de representações virtuais de objetos e processos.

Essa tecnologia permite que empresas realizem testes simulados baseados em análise de dados, reduzindo erros, monitorando operações e aumentando a eficiência.

Entre as inovações globais, uma pesquisa da Universidade Nacional de Singapura desenvolveu o "chupete digital", uma tecnologia que utiliza eletrodos para transmitir sabores simulando as quatro sensações principais: salgado, azedo, doce e amargo.

Essas tendências vêm sendo discutidas no portal Food Connection, que reúne insights das principais feiras alimentícias do país e recentemente lançou um e-book sobre o impacto do metaverso no setor.

O Brasil e os investimentos no metaverso

Nos últimos anos, o Brasil ampliou o uso do metaverso na indústria de alimentos. Um dos exemplos é a Ambev, pioneira nessa tecnologia no país, ao promover eventos e interações virtuais para divulgar seus produtos.

Outra iniciativa relevante surgiu em 2023, com o lançamento do Brasil Agriland, o primeiro metaverso voltado ao agronegócio brasileiro, setor essencial para a economia do país. A plataforma permite demonstrar o uso de energia e os processos de produção de alimentos no campo, com um conteúdo mais detalhado ao público.

Nos próximos anos, o metaverso deve ganhar ainda mais espaço na indústria alimentícia brasileira, aprimorando a forma como os produtos chegam aos consumidores. Esse avanço promete tornar os serviços mais eficientes e atender à demanda por experiências mais práticas e acessíveis.

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