André nega que tenha havido repasses de duodécimo

Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)

O governador André Puccinelli (PMDB) interpela judicialmente o deputado estadual Ary Rigo (PSDB) para que se explique a respeito das gravações veiculadas no site YouTube em que o parlamentar cita supostos repasses indevidos ao Executivo, Legislativo e Judiciário. André concedeu entrevista coletiva à imprensa na tarde desta sexta-feira (24) e afirmou que não houve retorno algum de duodécimo de nenhum dos poderes aos cofres do governo.

Em trecho de uma das gravações, datadas de 12 de junho deste ano, feitas pelo ex-secretário de Governo de Dourados, Eleandro Passaia, o deputado comenta repasses de dinheiro para “André”, que, segundo as investigações é o governador. “Para você [ao interlocutor Passaia] ter uma ideia, nós devolvíamos 2 milhões em dinheiro ‘pro’ André. 900, nós “dava” para os desembargadores do Tribunal de Justiça. E 300 ‘pro’ Ministério público. Cortou tudo. Nós vamos devolver 6 milhões ‘pro’ governo.”

Conforme o governador, a imprensa foi convidada à coletiva porque após duas notas oficias de esclarecimento sobre o assunto em nome do governo, “não atingiram o objetivo”.

Na coletiva, André afirmou diversas vezes que não existiu repasse algum de duodécimo. “Ninguém devolveu. Quem excedeu o percentual havido, houve suplemento. Mas, não fizemos suplementação acima, só o que era devido”, expõe.

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André afirma interpelar Rigo judicialmente para que deputado se explique
Foto: Deurico/Capital News

“Fui o único governador que diminuiu o percentual de repasse aos poderes e é público e notório que eles reclamaram. De 19,15% antes de receita, baixei para 16,7% no início do meu governo. (...) ‘Reinfatizamos’, não houve repasse nem retorno de dinheiro [via duodécimo não usado] para o Executivo”, afirmou André.

Todavia, na noite dia 22, André respondeu ao assunto em entrevista concedida à TV Morena, mas, as falas foram ao ar no Programa Bom Dia MS do dia seguinte. Conforme o trecho veiculado no jornal matinal, André declarou: “Ele mesmo [Rigo, que concedera entrevista coletiva sobre o caso] esclareceu, não é para o André que ele devolvia. Ele devolvia para o governo do Estado, como os vereadores devolvem para a Prefeitura. É isso que ele esclareceu depois. Então, você passa os recursos por lei para a Assembleia, para o Ministério Público, para o Tribunal de Justiça, para o Tribunal de Contas do Estado, para a Defensoria. Se sobra, a Lei de Transparência determina que seja repassado de volta ao governo.”

Indagado sobre aquelas afirmações durante a coletiva desta tarde, André afirmou que não disse que o Executivo recebera recursos do duodécimo, mas que, “se sobra, eles são devolvidos, se faltam, são suplementados”.

Quanto à suplementação que André cita ter existido, é ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS).

André, portanto, agora, contradiz o que foi afirmado por Rigo durante entrevista coletiva dele sobre o assunto, na presidência da Assembleia Legislativa, casa da qual é primeiro secretário. Naquele instante, Rigo afirmou que os valores que cita nas gravações (R$ 2 milhões para “André”, R$ 900 mil para “desembargadores” e R$ 300 mil para Ministério Público) são os “aproximados que estes obtiveram a mais por força da intervenção dos deputados junto ao governo do Estado, para que este, dadas as necessidades do Estado, reduzisse o duodécimo em maior parte da Assembleia Legislativa e em menor do Judiciário e do Ministério Público”.

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