Oito rodovias federais que cortam Mato Grosso do Sul estão bloqueadas por grupos sem-terra, ligados à Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso do Sul), desde o início da manhã desta quinta-feira, 25. Os pontos interditados são: Campo Grande/Sidrolândia; Campo Grande/Três Lagoas; Iguatemi/Eldorado; Miranda/Bodoquena; Nova Andradina/Ivinhema; Ponta Porã/Dourados; Naviraí e Chapadão do Sul/Paraíso das Águas.
Equipes da Polícia Rodoviária Federal estão em todos os pontos interditados negociando com os trabalhadores a liberação das pistas. O motivo da manifestação é à morosidade dos trabalhos do Incra no Estado, depois das denúncias e prisões de membros do órgão, acusados de corrupção.
Conforme Geraldo Teixeira de Almeida, presidente da Fetagri, “os quites para decreto estão parados e a pressão dos trabalhadores acampados está aumentando com demandas de lonas e segurança alimentar. Ou seja, estão faltando lonas para cobertura dos barracos e cestas básicas que foram cortadas em mais de 10 mil/mês”.
REIVINDICAÇÕES
Reunidos em assembléia geral, sindicalistas e traballhadores rurais de todo o Estado elaboraram documento que foi encaminhado ao Incra pedindo uma reunião com a direção nacional do órgão e com a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura ). Nesse documento a categoria, através da federação, faz as seguintes reivindicações:
1 – Liberar as vistorias e pagamentos das áreas de aquisição e desapropriação para fins de assentaemnto dos trabalhadores;
2 – Liberar imediatamente os pagaemntos das empresas que vem entregando os materiais de habitações nos assentamentos do Estado;
3 – Manter a negociação fechada com o INCRA que destinou recursos da ordem de R$ 44 milhões pasra construção e reforma de casas nos 48 assentamentos do Estado;
4 – Liberação imediata das vistorias de produtividade dos imóveis ruais indicados pela Fetagri/MS para desapropriação;
5 – Liberação de lonas plásticas para cobertura dos barracos;
6 – Pagamento imediato dos recibos de mão-de-obra dos mutirantes que se encontra no INCRA;
7 – Pagamento imediato da entidade organizadora, Fetagri/MS para construção das casas;
8 – Suspensão imediata da nota técnica do INCRA que obriga assentados a comprarem gado leiteiro somente da associação girolanda;
9 – Que o INCRA combata através de sua procuradoria, as ações do Ministério Público Federal, que tem aterrorizado o estado;
10 – Liberação imediata pelo INCRA das cartas de aptidão do Pronaf A.
Por Jefferson Gonçalves e Valquíria Oriqui
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