Na véspera da final da Libertadores, ele disse que o Cruzeiro era favorito ao título. Papo furado de Juan Sebastián Verón. Nesta quarta-feira, no Mineirão, o capitão argentino mais uma vez foi decisivo para o Estudiantes. Aos 34 anos, desfilou como um garoto no gramado do Gigante da Pampulha e ajudou o time a vencer por 2 a 1, de virada.
A cada vez que recebia a bola, não dava mais de três toques. Isso quando não tocava de primeira com maestria. “La Brujita” também marcou, deu carrinho e distribuiu pancadas. A cotovela que recebeu de Ramires no Ciudad de La Plata, semana passada, não foi esquecida. Também pudera. A marca ainda está no rosto. Duas entradas mais duras sobre o camisa 8 celeste foram suficientes para dar o troco.
Quando recebeu cartão amarelo por uma rusga com Kléber, viu que era melhor fazer a bola rolar. E como ele fez. No primeiro tempo, foi mais tímido. Bem marcado, não conseguiu armar as jogadas e fazer os cruzamentos e lançamentos precisos. Diferentemente do jogo em La Plata, desta vez não desafiou o goleiro Fábio. Preferiu sempre acionar algum companheiro em melhor posição.
Na etapa inicial, em nenhum momento houve superioridade de qualquer uma das equipes. A Raposa dominava a posse de bola e tentava encurralar Los Pinchas no campo de defesa. Como a insistência não teve efeito, o primeiro tempo terminou mesmo com o placar intacto.
E Verón decide a 'Copa'
O Estudiantes voltou para o segundo tempo ainda mais atrás. E mesmo quando sofreu o gol de Henrique, logo aos seis minutos, não se desesperou. Muito pelo contrário. Os argentinos cresceram. Aos 12, La Brujita começou a fazer a diferença. Quando brasileiros e argentinos se concentravam do lado esquerdo do ataque, Verón lançou Cellay do lado oposto. O lateral cruzou para a área, a zaga cruzeirense vacilou, e Fernandéz só escorou. O empate calou o Mineirão.
Mas o golpe mais doloroso estava por vir. Aos 27, Verón se arrastou até a marca do escanteio. Na cobrança, achou Mauro Boselli no segundo andar. Cabeçada firme no canto esquerdo de Fábio: 2 a 1. Daí em diante, foi só administrar. Juan Sebastián Verón iguala o feito do pai, Juan Ramón Verón ("La Bruja"), campeão em 1968, 69 e 70 com o mesmo Estudiantes. Depois de 38 anos longe da decisão da Libertadores, Los Pinchas se transformam em tetracampeões da América. (Com informações do Globo Esporte)