Os moradores dos oito apartamentos do Bloco J no condomínio Cachoeira II, estão em estado de alerta após as chuvas do sábado (27) que continuaram a devastar o local, na confluência entre as avenidas Ceará e Ricardo Brandão, que já tinha prejuízos causados em dezembro, quando uma cratera foi aberta em frente ao estabelecimento (veja notícias relacionadas).
Apreensivos, os moradores aguardam informações pelo que será feito nos próximos dias, principalmente, com relação à segurança dos apartamentos. A moradora do bloco J, Eliane Correa, conta ao Capital News como foi ver o desmoronamento da área de lazer que fica do lado do seu apartamento.
Moradora mostra lugar que desmorou. Ela disse que insegurança por falta de informações é intensa
Foto: Deurico/Capital News
Segundo ela, a avalanche de terra e concreto ocorreu nos últimos 20 minutos da chuva, que caiu à noite. “Represou a água do lado de lá [aponta para a antiga área de lazer] e veio caindo tudo. O vizinho foi batendo nas portas para todo mundo descer. Porque a gente achou que ia cair também”, explica.
No local, a quadra de esportes que a Prefeitura da Capital já tinha desapropriado para utilização das obras da Avenida Ceará foi destruída com o temporal, após a terra derrubar o muro de contenção que ficava ao lado do prédio.
A moradora diz que está na expectativa de notícias e considera que o condomínio foi o mais prejudicado com a chuva. “As ruas tiveram problemas, mas dentre os moradores, nós fomos os mais afetados”, afirma.
O casal João Kintschev e Rosângela Toledo de Matos Kintschesv chegou neste fim de semana ao condomínio, trazendo a filha Laura, para dividir um apartamento com três outras estudantes. Otimistas, eles disseram que não sabiam que o prédio foi afetado com as chuvas, mas acham que o problema será resolvido.
João Kintschev e Rosângela Toledo de Matos Kintschesv
Foto: Deurico/Capital News
“Alugamos para ficar perto da Uniderp [Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal], mas, agora não vamos poder ir por aqui [mostrando o barranco que cedeu]. Mas não é nada tão dramático”, afirma João.
Explicações
O síndico do condomínio, Rodrigo Fernandes, diz que o clima é de insegurança entre os moradores, que já cogitam sair do estabelecimento. Ele afirma que um técnico da Prefeitura, o qual ele não citou o nome, entrou em contato e disse que a área em perigo será demolida e construído um talude para conter o desmoronamento.
“O prejuízo é bem maior que esperávamos”, diz. Segundo ele, a falta de informação cria a insegurança nos moradores. “Não foi feito nenhum estudo do solo. Há clima de querer mudar daqui. Muita gente não compraria apartamento aqui hoje”, conclui.
Síndico do condomio diz que técnico da prefeitura informou que área interditada será demolida
Foto: Deurico/Capital News
Fernandes atribui como uma das causas do acontecimento, o crescimento rápido da região, com as construções de prédios. “Muitos prédios estão sendo construídos na região, e não sabemos os impactos que estas construções podem causar. Sem área verde para escoar a água da chuva vem acontecendo este tipo de destruição."
Segurança
Para fiscalizar o condomínio, dois seguranças particulares se revezam ao lado da parte destruída, até terça-feira. " Desde a uma hora da tarde de ontem (28), nós nos revezamos para cuidar o local, não deixar ninguém entrar e pisar na área demarcada”, conta Adilson Burgos Augusto, que fazia a fiscalização hoje (1º), pela manhã.
Foto tirada pela equipe de reportagem do Capital News dia 14 de Janeiro de 2010
Foto: Deurico/Arquivo Capital News
Foto tirada hoje pela equipe de reportagem do Capital News
Foto: Deurico/Capital News
Por: Nadia Nadalon- estagiária e Ana Maria Assis - (www.capitalnews.com.br)
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