Retrospectiva 2013
Uma série de manifestações eclodiu em todo o país neste ano. “Não são apenas 0,20 centavos” foi o grito de milhares de estudantes de São Paulo reclamaram contra o aumento na tarifa do transporte coletivo, e foi o pontapé inicial para que estudantes, professores, médicos, indígenas, produtores e trabalhadores ocupassem as ruas da Capital ao longo do ano com suas reivindicações. Mas, não bradaram sozinhos e dividiram espaço com outras categorias como catadores de material reciclável, divulgadores da Telexfree e guardas municipais que bateram o pé e conseguiram sua convocação “nos 45 minutos do segundo tempo”.
Em dezembro de 2012, catadores entraram em confronto com a polícia e dois trabalhadores ficaram feridos. Dias depois, caminhões da coleta são apedrejados. O prefeito Alcides Bernal (PP) mal assumiu a administração municipal e enfrentou um protesto realizado por catadores de lixo que estariam sem trabalho em função do fechamento do aterro sanitário Dom Antônio Barbosa. Cerca de dez trabalhadores protestaram em frente à Usina de Tratamento de Resíduos (UTR), no dia 7 de janeiro. A reclamação era de que apenas 130 pessoas estariam atuando na UTR, sendo que a garantia pela empresa Solurb eram de 500 vagas e que não havia condições de trabalho no local. O lixão foi reaberto após um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Em dezembro de 2012, catadores entram em conflito com policiais durante protesto
Foto: Minamar Junior/Arquivo CapitalNews
PEC 37: Em abril uma manifestação nacional levou para as ruas de Campo Grande, inúmeras de pessoas que pediam a não aprovação da PEC 37, que retira do Ministério Público o poder de investigação, restringindo apenas para às polícias. Universitários aderiram ao movimento e protestaram na praça do Rádio Clube, que também pediam o fim da corrupção.

Estudantes disseram não à aprovação da PEC 37
Foto: Ítalo Milhomem/Arquivo Capital News
Já, em maio, quem colocou a boca no trombone foram os policiais civis. A categoria iniciou uma greve por discordar da proposta apresentada pelo governador André Puccinelli (PMDB) de reajuste salarial de 7%.
Sexto lugar em eficiência em resolução de crimes contra a vida e patrimônio no ranking nacional, a categoria bloqueou a BR-163 por duas horas causando um congestionamento de 30 km.
Paz no campo: Mato Grosso do Sul foi palco neste ano de um dos conflitos de terras mais violentos. O conflito entre indígenas e produtores por terras, que perdura há século, resultou em confrontos violentos neste ano. Um indígena morreu, outro ficou ferido e fazendeiros tiveram que deixar suas terras.

Cerca de mil pessoas marcharam até Campo Grande para pedir demarcação de terras
Foto: Marcelo Victor/Arquivo Capital News
Com isso, em junho, movimentos sociais se uniram a indígenas e quilombolas, e cerca de mil pessoas, marcharam pela BR-163 com destino a Campo Grande. Produtores, por sua vez, também ocuparam as ruas centrais para protestar contra a suposta inércia do Governo Federal em relação às demarcações indígenas.

Produtores também saíram às ruas para pedir paz no campo
Foto: Marcelo Victor/Arquivo Capital News
Vem pra rua: Motivados pela onda de protestos que ocorreram em todo o país contra o aumento das tarifas do transporte coletivo e pelos gastos excessivos na construção de estádios para a Copa do Mundo, cerca de 600 pessoas saíram da internet e promoveram uma série de manifestações na Capital.

Aumento da tarifa, desvios de recursos na saúde, foram algumas das razões para uma série de protestos na Capital
Foto: Marcelo Victor/Arquivo Capital News
A corrupção e desvios de recursos públicos da saúde, chamada de a “máfia de branco” no Hospital do Câncer Alfredo Abrão, Hospital Universitário e Santa Casa, foram os temas centrais do manifesto batizado de “Vem pra rua Campo Grande”. O apelo foi atendido e centenas de pessoas foram paras as ruas, com cartazes, pedindo fim da corrupção. No segundo dia de manifestação, houve um tumulto, e assim como em todo o país, os vândalos aproveitaram o ato público para depredar agências bancárias e fachadas de lojas.
Nem o café da manhã dos vereadores escapou do olhar crítico da população. Com cartazes, “não merecem nem mortadela”, “povo sem saúde e vereador preocupado com salame”, “também quero aumento de 60%” e “enfiem o dinheiro do café da manhã nos postos de saúde” cerca de 20 manifestantes de várias idades estão na Câmara de Vereadores protestando contra o valor anual de R$ 76,6 mil que pagava lanches e demais refeições dos vereadores durante os trabalhos legislativos. Resultado? O presidente da Câmara, o vereador Mario Cesar (PMDB), decretou o fim do benefício.

Com a pressão popular, o presidente da Câmara decretou o fim do benefício
Foto: Ítalo Milhomem/Arquivo Capital News
Em julho, médicos colocaram seus jalecos e deixaram seus consultórios. Na rede pública e privada o atendimento foi paralisado, e somente casos de urgência e emergência receberam atendimento. O motivo? O posicionamento do Governo Federal em aumentar em mais dois anos o curso de medicina, vetar os principais pontos do Ato Médico e implantação do programa Mais Médicos, que trouxe profissionais estrangeiros para atuar no país.
Protesto solidário: Neste ano, até mesmo os divulgadores do sistema Telexfree fizeram seu protesto. Solidários, doaram alimentos não perecíveis para entidades carentes da Capital. A manifestação aconteceu para demonstrar apoio à manutenção das atividades do Telexfree no Brasil, suspensa por uma determinação judicial.
De protesto solidário a protesto solitário. Elzio Moreira da Silva, de 49 anos, morador do bairro Santa Luzia, percorreu vários quilômetros pelas ruas carregando uma cruz. Um jeito silencioso de reclamar contra a má distribuição de casas populares. Sem fazer alarde, Elzio prefere protestar sozinho, carregando uma cruz feita de papelão duro e que pesa cerca de 30 quilos.

Sozinho, o manifestante prefere carregar sua cruz contra a má distribuição de moradias
Foto: Marcelo Victor/Arquivo Capital News
Aprovados e convocados: Os chamados remanescentes da Guarda Municipal decidiram acampar em frente à prefeitura municipal. Os 77 aprovados no concurso público realizado em 2009, e que não foram convocados, pressionaram o chefe do executivo municipal.
Com risco de perderem a chance de tornarem-se parte da corporação, os remanescentes foram até a Câmara, com caixão, faixas, cartazes, e em seguida, acamparam na prefeitura. Para a alegria dos remanescentes, faltando “45 minutos do segundo tempo”, a convocação foi publicada no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande).

Aprovados, mas não convocados, os remanescentes da Guarda Municipal, acamparam e conseguiram nomeação
Foto: A. Ramos/Arquivo Capital News
Nem todos que foram para as ruas alcançaram seus objetivos, mas os protestos indicam que não somente o Brasil acordou, mas que a população está de olho e sabe, fazer barulho. Quem tem ouvidos, ouça.
Vídeos
Fonte: Samira Ayub - Capital News (www.capitalnews.com.br)
Veja abaixo as principais notícias policiais de 2013:
13:27 - Educação - Com promessas de convocação, professores aprovados em concurso suspendem protestos
Quinta, 18 de Julho de 2013
11:36 - Geral -
Quinta, 11 de Julho de 2013
14:18 - Geral -
Quarta, 03 de Julho de 2013
15:51 - Saúde -
Terça, 02 de Julho de 2013
15:42 - Três Lagoas -
Sexta, 28 de Junho de 2013
11:22 - Agronegócio -
Quinta, 27 de Junho de 2013
13:18 - Geral - População convoca novas manifestações na Capital
Quarta, 19 de Junho de 2013
14:52 - Geral -
08:27 - Três Lagoas -
08:08 - Política -
Sexta, 21 de Junho de 2013
19:03 - Brasil - Protestos levam mais de 100 mil pessoas a ruas do Brasil
Quarta, 03 de Julho de 2013
16:41 - Geral -
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15:47 - Geral - Greve Geral: trabalhadores saem às ruas por melhores condições de trabalho nesta quinta-feira
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17:13 - Geral - Funcionários dos Correios paralisam a partir desta quarta-feira
14:09 - Geral -
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15:01 - Geral - Visita de Dilma tem protestos de fazendeiros e presença de índios
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13:41 - Geral - Índios que invadiram chacára em Miranda denunciam ataque
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11:47 - Geral - Clima esquenta em reintegração de posse em Campo Grande
Sábado, 09 de Novembro de 2013
10:16 - Geral -
Terça, 26 de Novembro de 2013
08:15 - Geral - Reunião pode definir futuro de guardas municipais