“Fico perguntando o que levou o prefeito a romper um compromisso que tinha a sua própria assinatura e o aval de dois de seus secretários e o procurador do Município”, informa o secretário estadual de saúde (SES) Geraldo Resende, após o prefeito de Campo Grande, Marquinho Trad (PSD), mudar a classificação da Capital por conta própria, tirando do risco extremo (bandeira cinza) para alto risco (Bandeira vermelha), em decreto publicado em edição extra, nesta segunda-feira (14).
"O prefeito da Capital, por sua própria conta, reclassificou Campo Grande com a bandeira na cor vermelha, assumindo os riscos de um eventual aumento no número de casos de Covid-19 na capital, nos óbitos, bem como uma superlotação ainda maior e falta de leitos de UTI na macrorregião de Campo Grande", relatou a nota da SES
Segundo o secretário "a decisão do prefeito se torna ainda mais questionável tendo em vista que na quinta-feira (10), o prefeito de Campo Grande, juntamente com o secretário municipal de Saúde José Mauro, o secretário de Governo Antonio Lacerda e o procurador Geral do Município Alexandre Ávalo estiveram reunidos na Secretaria Estadual de Saúde. Neste encontro, Marquinhos Trad entregou um documento se comprometendo a seguir as medidas restritivas impostas pela bandeira Cinza do Prosseguir e solicitando prazo de 72h para o município se organizar para adotar as medidas necessárias".
Geraldo ainda relatou que o Ministério Público Estadual “seguramente está atento a essa questão e deverá tomar as providências cabíveis''. “O que eu mais espero, porém, é que essa medida não resulte em mais mortes por Covid em nossa Capital".
De acordo com os critérios adotados tecnicamente pelo Comitê Gestor do Programa de Saúde e Segurança da Economia (Prosseguir), Campo Grande e outras 43 cidades do Estado encontram-se em bandeira cinza, de acordo com a Deliberação do Comitê Gestor do Prosseguir nº 4, de 9 de junho de 2021 . Essa classificação permite o funcionamento apenas de atividades consideradas essenciais.