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Cotidiano Terça-feira, 21 de Fevereiro de 2023, 13:13 - A | A

Terça-feira, 21 de Fevereiro de 2023, 13h:13 - A | A

Meio Ambiente

Estado ganhou mais de 80 mil hectares de superfície de água em 2022

Após atingir a menor área em 2021, MS inverteu a curva

Livia Bezerra
Capital News

Divulgação/Semadesc

Estado ganhou mais de 80 mil hectares de superfície de água em 2022

Planície pantaneira

Mato Grosso do Sul atingiu a menor área de superfície de água dos últimos 37 anos em 2021, com 474.638 hectares, e agora inverteu a curva, iniciando uma marcha de recuperação em 2022, com o incremento de 82.862 hectares.

 

A recuperação é um importante sinalizador, mas ainda existe uma enorme distância separando o Estado atual de 1985, ano que tinha 1,593 milhão de hectares de superfície de água, em sua grande maioria localizada na planície pantaneira. As estatísticas são do estudo elaborado pelo Projeto MapBiomas, iniciativa do Observatório do Clima, desenvolvido por uma rede multi-institucional envolvendo universidades, ONGs e empresas de tecnologia.

 

Apesar do dado positivo em 2022, os pesquisadores alertam que o bioma Pantanal passa por um período plurianual seco e a recuperação deve demorar. As áreas alagadas têm sido menores e menos frequentes. Em 1985, Corumbá, que concentra 60% do bioma, tinha 1.009.371 ha de superfície de água e em 2022, 220.274 hectares, perdendo 78% dessa área. As áreas com maiores perdas são as de alagamentos sazonais do bioma, áreas que ficam poucos meses do ano com água e estão a cada ano alagando menos.

 

O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, lembra que o Governo do Estado tem tomado várias medidas que vão ao encontro da mitigação desse problema, como a transformação da Planície Pantaneira em Área de Uso Restrito, onde é obrigatório manter 50% da vegetação nativa e ações para recuperação do solo nas nascentes do Rio Taquari, um dos principais tributários do Pantanal, em parceria com o Instituto Taquari Vivo e prefeituras da região.

Divulgação/Semadesc

Estado ganhou mais de 80 mil hectares de superfície de água em 2022

Secretário da Semadesc, Jaime Verruck

 

"Essa sinalização é positiva e pode indicar que está chegando ao fim esse longo ciclo de seca que atinge em especial a região pantaneira. Esperamos que para os próximos anos aumente o índice de chuvas e o Pantanal volte à normalidade, com toda sua biodiversidade que é diferenciada e precisa de um cuidado diferenciado."

 

Os cuidados de preservação do Pantanal têm interesses ambientais e também econômicos, destaca Verruck. O Governo do Estado desenvolve dois importantes programas que procuram dar visibilidade e rentabilidade à produção pantaneira: o Programa Carne Sustentável do Pantanal e o Programa Carne Orgânica do Pantanal. "Através de políticas públicas de incentivos fiscais aos produtores, esses programas têm elevado de maneira substancial a produção de carne orgânica e sustentável, atendendo a um público cada vez maior tanto no Brasil quanto fora."

 

A experiência e os investimentos do Governo do Estado superiores a R$ 56 milhões com duas aeronaves adaptadas para o combate às chamas, além de viaturas, equipamentos e treinamento de pessoal, fez com que a catástrofe não se repetisse no ano seguinte de 2021), apesar da superfície de água continuar recuando até atingir a menor área da série histórica: 474.638 mil hectares. Em 2021, a área queimada no Pantanal sul-mato-grossense teve uma redução de 16,1%, ficando em 1,4 milhão de hectares. Já em 2022 a queda na área queimada foi ainda maior: 82,2%, ou 247 mil hectares.

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