A Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), em parceria com a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil no Estado), promovem hoje, das 9 às 19 horas, no auditório da Casa da Indústria, em Campo Grande, o Seminário “Reforma Tributária – A Reforma que Queremos”.
O evento reunirá empresários e representantes da Amas, Amens, Asmad, CDL, Corecon, CRA, CRC, Crea, Faems, Famasul, Fecomércio e Secovi para fecharem uma proposta do setor produtivo do Estado em relação à Reforma Tributária encaminhada pelo Governo Federal ao Congresso Nacional. Segundo o presidente da Fiems, Sérgio Marcolino Longen, o setor produtivo do Estado estará reunido para expressar as mudanças que queremos em relação à Proposta da Reforma Tributária no sentido de defender o crescimento do Estado.
Para o secretário-geral da OAB/MS, Ary Raghiant Neto, a Ordem deve contribuir com toda iniciativa que visa o crescimento do Estado e, nesse sentido, vai oferecer suporte jurídico aos setores produtivos durante a discussão das mudanças propostas pela Reforma Tributária. Ele informou ainda que a OAB levará ao Seminário uma avaliação técnica para esclarecer aos representantes dos setores produtivos sobre os pontos que trazem benefícios e os que possam prejudicar o desenvolvimento da economia do Estado.
O presidente da Fiems está otimista com a participação dos setores produtivos na discussão desse importante assunto que, de acordo com ele, pode trazer impactos para toda a população do Estado. “Ao fim do encontro vamos formar uma comissão composta pelos presidentes das entidades para redigir um manifesto com a posição do setor produtivo de Mato Grosso do Sul. Esse documento será entregue aos parlamentares da bancada federal do Estado e ao governador André Puccinelli”, informou.
Alerta
O coordenador do Núcleo Jurídico do Sistema Fiems, João Campos, organizador do seminário, alerta que o atual texto da Reforma Tributária autoriza a União a legislar sobre tributos por meio de Medidas Provisórias, coisa que lhe vinha sendo vedada. De acordo com ele, sejam quais forem os resultados da Reforma no Congresso Nacional, o assunto foi colocado em pauta e vale a pena discutir a redução dessa atual carga paga pelo contribuinte brasileiro.
“Há avanços inegáveis no projeto, sendo o mais vistoso deles a reunião de vários tributos em um só, com a criação de um IVA-F (Imposto sobre Valor Agregado Federal). Mas há aspectos fundamentais que não devem ser desprezados, como o jurídico, em que aparece o fato de a União tentar legislar sobre tributos por MPs”, cita João Campos.
O coordenador do Núcleo Jurídico do Sistema Fiems destaca que haverá perdas para alguns Estados e ganhos para outros, não sendo, portanto, interesse de ninguém que Mato Grosso do Sul perca. “Isso coloca o nosso Estado e os contribuintes, num primeiro momento, do mesmo lado”, analisa.
João Campos reforça que é preciso, sobretudo, evitar a omissão por parte do setor produtivo, pois, se ninguém comparece às discussões tributárias que de vez em quando surgem no cenário nacional, depois não pode reclamar do resultado. “Dessa vez, a Fiems e a OAB, mais suas entidades parceiras, em número de 12, saem a campo e vão retirar um relatório sobre a posição de Mato Grosso do Sul na Reforma Tributária. É importante que todos discutam, opinem, deixem sua marca nesse evento”, conclama.
Tramitação
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 233/2008, que altera o Sistema Tributário Nacional, foi encaminhada pelo Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional no último dia 28 de fevereiro.
Por se tratar de PEC, a Reforma Tributária será submetida a um tipo especial de tramitação no Congresso Nacional. Depois de chegar à Câmara dos Deputados, ela é enviada à Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ), que procede à análise de seus aspectos constitucionais e jurídicos. A seguir, cria-se uma Comissão Especial que terá um prazo de até 40 sessões para examinar o mérito da PEC.
Na terceira etapa, o texto aprovado pela comissão será enviado ao plenário e submetido a duas votações – ambas pelo chamado “quórum qualificado”, que exige um mínimo de 308 votos favoráveis. A proposta segue então para o Senado Federal.