De acordo com o Censo 2022 do IBGE, Mato Grosso do Sul é o estado brasileiro com a menor proporção de moradores em favelas e comunidades urbanas, com apenas 0,6% da população vivendo nesses locais – o que representa cerca de 16.678 pessoas. Embora o número total seja baixo, o estudo aponta que o número de favelas e comunidades urbanas tem aumentado desde 2010, indicando uma tendência de crescimento dessa realidade.
Campo Grande é a cidade com o maior número de moradores em favelas, somando 7.862 pessoas distribuídas em 16 comunidades. Outras cidades, como Aquidauana, também apresentam índices expressivos: cerca de 4% da população local vive em áreas classificadas como favelas, com apenas duas comunidades no município. A pesquisa ainda revela problemas significativos de infraestrutura, como a falta de ligação à rede de água em 16% dos domicílios dessas áreas. Em Ponta Porã, o índice de falta de água chega a 9,35%, o mais alto do estado, enquanto em Novo Horizonte do Sul, todas as residências dessas comunidades têm acesso à água potável.
A pesquisa também mostra o perfil demográfico das favelas, com uma população jovem – a média de idade é de 25 anos, enquanto na população geral do estado é de 33 anos. A diversidade racial é marcante, com 61,7% de moradores se identificando como pardos, além de uma pequena população indígena, especialmente em Corumbá e Aquidauana. No entanto, a taxa de alfabetização nas favelas (92,1%) ainda é inferior à média estadual (94,6%). A maioria das moradias nessas áreas é composta por casas simples, e espaços comunitários, como igrejas, são os principais locais de reunião da população. A pesquisa revela, assim, um cenário de juventude e diversidade, mas também de desafios estruturais que impactam a qualidade de vida nessas comunidades.