O governador André Puccinelli lança na tarde de hoje, a partir das 14 horas, as obras dos laboratórios de físico-química, físico-mecânica e biotecnologia do CTC/MS (Centro de Tecnologia do Couro de Mato Grosso do Sul), que incluem ainda duas salas de aulas, biblioteca e salas para técnicos e setor administrativo. Na ocasião, juntamente com o presidente do Conselho Gestor do CTC/MS, Ivo Cescon Scarcelli e o presidende ta FIEMS - Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul -, Sérgio Marcolino Longen, entrega os certificados aos 16 alunos do primeiro curso de curtimento de couros realizado no Estado.
Investimento total de R$ 1.292.000,00, provenientes do MCT (Ministério da Ciência e da Tecnologia), Fundect/MS (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul) e CTC/MS, será necessário para as obras de ampliação do Centro, que está localizado na Avenida Rádio Maia, 1.453, na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande .
As obras são imprescindíveis, pois os laboratórios projetados serão utilizados como ação complementar no processo de conhecimento, classificação, qualidade e durabilidade de peles e couros, assim como para avaliar a qualidade de peles e couros produzidos no Brasil. Eles também servirão para avaliar o efeito do resíduo sólido, resultante de todos os processos de curtimento, sua utilização e seu destino final.
Hoje, o CTC/MS já conta com uma estação de tratamento de efluentes, que oferece o mais moderno sistema de uso de água potável. Além disso, a estação de tratamento possibilita o reuso (aproveitamento integral) das águas servidas, evitando a contaminação do ecossistema, bem como a redução do consumo de água.
Demanda
O presidente do Conselho Gestor do CTC/MS, Ivo Cescon Scarcelli, estima que há demanda no Estado suficiente para investir na capacitação de trabalhadores. “Estimamos, pelo número de abates de bovinos, que sejam produzidos cerca de 300 mil unidades de couro in natura por mês em Mato Grosso do Sul”, revela, completando que a instalação de um centro voltado para a melhoria da qualidade de peles e couros no Centro-Oeste atende a necessidade da maior região produtora de gado bovino destinado a corte do País.
Além disso, destaca Ivo Scarcelli, os três Estados que compõem do Centro-Oeste têm uma grande reserva de animais silvestres que, criados em cativeiros regulamentados pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), representam uma alternativa econômica de produção de peles para uso artesanal, assim como, para uso medicinal, cosméticos e alimentícios.
O diretor do CTC/MS, Luiz Eduardo Blasi, estima que hoje cerca de 90% das 300 mil unidades de couro in natura produzidas por mês no Estado é processada até a fase wet blue - primeira de um total de cinco fases do processo de industrialização. Ele explica que quando o couro passa por todo o processo de industrialização é possível agregar 100% ao valor de venda, se comparado com o valor de mercado da fase wet blue.
“Esse índice serve de incentivo suficiente para avançar no processo de industrialização do couro”, analisa Luiz Blasi, completando que, uma vez concluída a instalação dos laboratórios de físico-química, físico-mecânica e biotecnologia, será elaborado o planejamento estratégico do CTC/MS, definindo prioridades, indicadores, metas a serem alcançadas a curto, médio e longo prazo.
Cursos
Com a estrutura, máquinas e equipamentos disponíveis hoje no CTC do Estado e graças à parceria firmada com o CTC/RS (Centro Tecnológico do Couro do Rio Grande do Sul), o local possibilita, de imediato, o oferecimento de pelo menos quatro tipos de cursos, preparando operários para trabalhar na indústria do couro.
Esses cursos básicos vão formar quatro tipos de operadores para trabalharem na primeira fase do processo de industrialização do couro, como por exemplo, operador de máquinas, fuloneiros, operador de estação de tratamento de efluentes e classificador de couros.
Nesta segunda-feira vão ser entregues os certificados aos 16 alunos do primeiro curso intensivo de curtimento de couros realizado pelo CTC/MS. Ministrado pelos técnicos do Senai/RS (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Sul) em parceria com o Senai/MS, o curso teve carga horária de 32 horas.
Ele abordou histórico de couro, matéria-prima (disponibilidade, características, defeitos), estrutura das peles bovinas, conservação das peles, fluxograma de transformação da pele bovina em couro wet-blue, operações e processos de ribeira e curtimento e parâmetros de caracterização de couros wet-blue. (Com Assessoria)