Na tentativa de inibir irregularidades como a praticada por duas cooperativas de leite de Minas Gerais, o Ministério da Agricultura deve anunciar nos próximos dias a intensificação da fiscalização no sistema de produção de leite do País.
Ontem, a Polícia Federal prendeu 27 pessoas em Minas Gerais e desarticulou um esquema de crime contra a saúde pública por meio da adição de substâncias químicas não permitidas - incluindo soda cáustica e água oxigenada - ao leite longa-vida, o que torna a bebida imprópria para o consumo.
A repercussão negativa do caso levou o ministério a convocar às pressas o setor privado para uma reunião. O encontro entre técnicos da Secretaria de Defesa Agropecuária e representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) foi realizado na tarde de hoje. Além do aumento da fiscalização, o governo pretende anunciar a inclusão de novas tecnologias para a detecção de fraudes.
Em nota distribuída ontem, o ministério informou que houve intensificação na fiscalização da cadeia produtiva do leite. Entre janeiro de 2003 e agosto de 2007, foram analisadas quatro mil amostras de leite no Brasil. Com base nessas análises, foram apreendidas, nesse período, mais de cinco mil toneladas de produtos lácteos que estavam fora do padrão. Para fazer esse trabalho, o Departamento de Fiscalização de Produtos de Origem Animal (DIPOA) conta com 1,3 mil fiscais federais agropecuários, dos quais 212 fiscalizam 1,7 mil estabelecimentos industriais de leite e derivados no País, informou o ministério.
